As 750 bicicletas elétricas partilhadas da Uber, as Jump, estão disponíveis em Lisboa a partir desta quinta-feira e vão cobrir 90% do município. É Ryan Rzepecki, cofundador e CEO da Jump, que explica o porquê de a capital portuguesa ser o ponto de partida das Jump na Europa: “Lisboa foi a primeira cidade que visitei na Europa, era muito novo”, brincou, acrescentando que a capital portuguesa se tinha tornado numa referência para a comunidade tecnológica. “Lisboa é um ponto crucial para a tecnologia”, afirmou.

“Estamos aqui hoje para entrar no mercado da Europa. Lisboa é o nosso ponto de entrada para o mercado europeu”, afirmou Ryan Rzepecki.

O plano de expansão da Jump no mercado europeu tem Lisboa como ponto de partida, mas durante esta primavera haverá mais cidades na Europa a receber as bicicletas partilhadas. Rzepecki não disse, contudo, se avança com mais uma localização em Portugal para breve.

Ryan Rzepecki na conferência de imprensa sobre o lançamento da JUMP, JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR,

Por ter um sistema “dockless”, o utilizador pode estacionar a bicicleta  na parte da cidade em que estiver a terminar a viagem, mas terá de deixá-la nas zonas autorizadas para estacionamento disponíveis, graças à funcionalidade “true-lock”. Os primeiros dez dias de viagens são gratuitos (2 viagens no máximo, até 2 minutos) e as bicicletas estão disponíveis na app durante 24 horas por dia. Por terem assistência elétrica, permitem viajar a uma velocidade até 25 km/h.

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Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade e Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, anunciou que aos 3 mil sítios disponíveis para estacionamento de bicicletas, a autarquia está a trabalhar em mais 4 mil locais que estarão disponíveis na cidade. Não revelou quando é que este plano de expansão estará pronto, mas reafirmou que “Lisboa faz o melhor que se faz no mundo [na mobilidade] e é por isso que somos considerados o melhor exemplo. Quando falamos com os nossos pares percebemos que fazemos do melhor na Europa”, afirmou.

“Todas estas empresas partilham os dados com a cidade de Lisboa, sabemos onde estão as bicicletas, onde estão paradas, etc. Isto permite-nos ajustar as regras e vamos melhorando os processos de reposicionamento e de fiscalização”, afirmou Miguel Gaspar.

Alexandre Droules, responsável pelas novas mobilidades da Uber na Europa já tinha avançado em entrevista exclusiva ao Observador, em dezembro de 2018, que a entrada das Jump no mercado português aconteceria “o mais rápido possível” e que a empresa estava “a trabalhar afincadamente para levar” as bicicletas “para a Europa e para Portugal”.

Uber vai pôr bicicletas em Lisboa “o mais rápido possível”: “É um ótimo sítio para a inovação”

Lisboa torna-se assim na primeira cidade europeia a receber as bicicletas elétricas da Jump, tal como já aconteceu no passado com serviços como o UberGreen, que permite viagens em carros elétricos. Droules já tinha dito ao Observador, em dezembro, que a Uber vê Portugal “como um ótimo sítio para a inovação”.

“Por acaso fui eu que lancei a Uber em Lisboa, há quatro anos, e fizemos grandes experiências em Portugal. Foi o primeiro sítio onde lançámos o Uber Green, o primeiro onde fizemos o Pool para um evento específico, lançámos o UberStar. Portugal é um sítio onde há muita inovação no geral. Para a Uber há muita inovação e claro que queremos trazer isto para Portugal mais cedo ou mais tarde”, disse.

A Uber comprou a startup norte-americana Jump em abril de 2018 por um valor que não foi revelado, mas que, segundo o TechCrunch, rondaria os 200 milhões de dólares.

Como funcionam as bicicletas Jump dentro da Uber?

O utilizador terá de abrir a aplicação Uber e selecionar a opção “Pedalar”, escolher uma bicicleta estacionada nas proximidades para desbloquear. Depois de se dirigir à escolhida, deve introduzir o PIN de desbloqueio disponível na aplicação, removendo e guardando o cadeado. No final, deverá deixar a bicicleta dentro da zona Jump apresentada no mapa da aplicação. De seguida, utiliza o sistema de bloqueio para finalizar a viagem.

Estas bicicletas têm um cadeado incorporado que deve ser obrigatoriamente trancado ao mobiliário urbano (existente ou criado especificamente com esse fim) ou nas zonas dedicadas a esse estacionamento, no final de cada viagem.

*Artigo atualizado às 17h10