O cabeça de lista europeu do PS diz que não recusa debates antes das eleições de 26 de maio, mas sublinha que estes devem ter lugar “no tempo certo”, quando os seus adversários tiverem propostas para apresentar.

Pedro Marques falava no final da Comissão Nacional do PS, que aprovou apenas com um voto contra o manifesto político dos socialistas para as eleições europeias, depois de confrontado pelos jornalistas com a acusação do “número um” da lista do PSD para o Parlamento Europeu, Paulo Rangel, de que recusa debates a dois.

“Isso não é de todo verdade e, logo após a apresentação da minha candidatura, disponibilizei-me para debates no tempo certo, depois de todos os partidos, democraticamente, apresentarem as suas listas a partir de 15 de abril”, justificou.

A seguir, Pedro Marques contra-atacou, afirmando que, neste momento, não tem “nada para debater com o candidato da direita”, Paulo Rangel, “que tem estado a fazer uma campanha de dizer mal de tudo o que se passa em Portugal”.

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“De facto, [Paulo Rangel] ainda só não me acusou de ser responsável pelo falhanço do acordo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a Coreia do Norte. Tudo o resto, ele diz que é responsabilidade do PS”, referiu.

O cabeça de lista socialista para as europeias acusou depois o PSD de “ainda não ter apresentado uma única proposta para ser debatida”, tendo em vista as eleições para o Parlamento Europeu.

“Teremos muito tempo para debater entre candidaturas, isso é próprio do processo democrático, mas gostaríamos que este impulso que tivemos de apresentar propostas concretas para a Europa fosse seguido pelas outras candidaturas. De facto, não queremos uma pré-campanha de calúnias e de falsidades, tal como tem acontecido em particular do lado da direita”, apontou.

Questionado se a referência crítica que tem feito em relação aos “rostos do passado” nas eleições europeias também se aplica aos cabeças de lista do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, e do PCP, João Ferreira, tal como aos do PSD e CDS, respetivamente Paulo Rangel e Nuno Melo, o “número um” europeu do PS respondeu: “Fiz uma referência que me parece factual”.

“A generalidade dos partidos com assento no Parlamento Europeu optou por candidatar os mesmos do passado, como se, de cinco em cinco anos, vissem aqui a Portugal e fossem depois mandados para a Europa. O PS optou antes por renovar a candidatura de forma muito intensa, quer do cabeça de lista, quer da quase totalidade da restantes lista”, contrapôs.

Segundo o ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas, nas outras candidaturas ao Parlamento Europeu podem ser encontrados “protagonistas do passado”.

“Sobretudo do lado da direita encontro não só protagonistas do passado, mas também os mesmos que defenderam a ideia de que Portugal estava a caminho de um quarto resgate financeiro, precisamente quando se estava a tentar colocar o país fora do Procedimento por Défice Excessivo. Isto aconteceu de facto com Paulo Rangel e Nuno Melo”, acusou.

Pedro Marques deixou também uma crítica ao candidato do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, à presidência da Comissão Europeia.

“PSD e CDS escolheram candidatar à presidência da Comissão Europeia, Manfred Weber, que é um alemão que defendeu sanções com a força máxima e, em particular, contra Portugal. Estamos perante rostos do passado e das políticas dos cortes e das sanções. Temos de denunciar estas escolhas, porque as do PS são muito diferentes”, acrescentou.