Esta terça-feira, dia 12 de março, foi parca em acontecimentos desportivos. Depois de uma segunda-feira com auto-entrevista de Sergio Ramos no Twitter, regresso de Zidane ao Real Madrid e ainda o Benfica a ceder um empate na Luz frente ao Belenenses SAD, esta terça-feira foi tranquila. Todo o dia pareceu uma espécie de estágio para aquilo que acabaria por acontecer a partir das 20h em Lisboa, 21h em Turim. Durante todo o dia, o mundo desportivo pareceu estagnar, parar e esperar por Cristiano Ronaldo. Durante todo o dia, nada mais podia acontecer porque o dia 12 de março teria de ficar intrinsecamente ligado à já infindável história de Cristiano Ronaldo. Mais um dia, dos já difíceis de contar, em que o avançado português levou uma equipa às costas, eliminou sozinho um adversário e obrigou toda a gente a reescrever a história da Liga dos Campeões.

A Juventus tinha perdido por 2-0 em Madrid e era necessário fazer la remontada em Turim: o mais simples de fazer — e por simples, entenda-se, o mais lógico que era ainda assim uma tarefa hercúlea — era marcar três golos e não sofrer nenhum, não levar a eliminatória para prolongamento e garantir a presença nos quartos de final da Liga dos Campeões. Cristiano Ronaldo, em mais uma noite europeia que será repetida, contada e recontada ao longo de décadas, marcou três golos, agarrou a vitória, validou (ainda mais) o investimento feito pela Juventus em julho do ano passado e apontou o objetivo à final de maio, no Wanda Metropolitano, onde vai tentar alcançar a quarta Champions consecutiva da conta pessoal.

Os três golos e a exibição enorme de Cristiano Ronaldo não escapam, como não podia deixar de ser, à imprensa internacional. Em Espanha, país que em espaço de uma semana viu dois dos representantes serem eliminados nos oitavos de final da Liga dos Campeões (o terceiro, o Barcelona, só joga esta quarta-feira com o Lyon), todos os jornais desportivos apontam ao hat-trick de Ronaldo que eliminou o Atl. Madrid de Simeone e até a imprensa generalista dá muito destaque à vitória da Juventus. A Marca afirma que o português “afundou o Atlético” e acrescenta que os três golos “castigaram um péssimo jogo” dos colchoneros; o AS diz que Ronaldo “devorou” a equipa espanhola; e o Mundo Deportivo explica que um “Atlético sem alma” foi “eliminado por uma Juve de um grande Cristiano”. Mas, e para algo completamente diferente, o catalão Sport secundariza a exibição do português e diz que “o Barça já tem seis rivais se passar aos quartos”.

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Nos generalistas espanhóis, o El País é o mais comedido e indica simplesmente que “três golos de Cristiano eliminaram o Atlético”. Já o El Mundo afirma que o hat-trick do avançado português deixou a equipa de Simeone “em farrapos”, enquanto que o ABC atira: “Cristiano tortura o Atlético”. Em Itália, país que vê agora como ainda mais real o sonho de voltar a ter uma equipa italiana enquanto campeã europeia (a última foi o Inter de Mourinho, em 2010), a Gazzetta dello Sport diz que o “hat-trick fantástico” de Ronaldo pôs a Juventus nos quartos de final; o Corriere dello Sport vai mais longe e explica que a vecchia signora tem “um marciano” que “humilhou” o Atl. Madrid; o Tuttosport diz que o “Ronaldo show” chegou a Turim e o generalista La Reppublica afirma que “um imenso Ronaldo carregou” a Juventus.

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Em França, o L’Équipe lembra que Cristiano Ronaldo é “o carrasco” do Atleti e os três golos do avançado português são ainda notícia de destaque no jornal inglês The Guardian e na BBC. Um pouco por todo o mundo, como não podia deixar de ser, a notícia é Cristiano Ronaldo. Esta terça-feira, 12 de março, o mundo desportivo pareceu entrar em estágio porque sabia que às 20h de Lisboa e às 21h de Turim haveria muito para ver, comentar, falar e admirar.