“Se queremos mesmo fazer o Beetle, um modelo eléctrico seria bastante melhor que a solução actual. Além de que poderia ser mais próximo do modelo que lhe está na origem, já que poderia tornar-se tracção traseira.” Esta frase foi proferida em 2017 por Herbert Diess, em entrevista à britânica Autocar. No entanto, o CEO do construtor alemão parece estar cada vez mais preocupado com o volume e menos com a emoção. Sim, porque acima de tudo um Beetle eléctrico seria uma proposta mais emocional do que um produto para vender em larga escala. E terá sido essa reflexão mais ponderada sobre os números que levou o patrão da Volkswagen a confessar agora à Motor Trend que não está nos planos da marca produzir um Carocha eléctrico.

Argumentando contra aquilo que ele próprio defendeu num passado não muito distante, o patrão da Volkswagen até admite que a plataforma MEB, específica para veículos eléctricos, oferece uma maior liberdade criativa (o que significa que seria possível) mas, segundo ele, a marca não deve revisitar os modelos mais emblemáticos da sua história e trazê-los de volta a vida com baterias sob o chassi… Um argumento aceitável, mas que não vai ao encontro daquilo que a Volkswagen tem vindo a fazer. Desde logo, com os planos para introduzir no mercado o I.D. Buzz, nem mais nem menos do que o Pão de Forma eléctrico.

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Mais do que isso, o último concept car que a marca apresentou, no início deste mês, é justamente um conceito importado do passado. É certo que o I.D. Buggy foi logo revelado como um buggy espectacular para os outros produzirem (e não a Volkswagen), mas aparentemente não há abertura para proceder da mesma forma em relação ao Carocha eléctrico.

VW ressuscita Dune Buggy de 1960. Agora eléctrico

Contudo, não deixa de ser curioso notar que, não existindo qualquer intenção da Volkswagen de produzir um Beetle a bateria, o chefe de Design da marca tenha confessado aos jornalistas precisamente o contrário. Há nove meses, Klaus Bischoff admitiu não só que o Carocha estava nos planos, como adiantou ainda que teria quatro portas, embora ressalvasse que o projecto só deveria avançar depois de 2021.