Depois de ter sido dominado pelos migrantes que acabara de resgatar, o controlo do navio El Hiblu 1 já foi devolvido ao capitão da embarcação e na manhã desta quinta-feira, depois de escoltado pelas Forças Armadas, o navio atracou em segurança na capital do país, La Valeta. Os migrantes, que se amotinaram por não querem retornar à Líbia, país de onde tinham fugido, serão agora entregues às autoridades policiais que têm já uma investigação em curso.
Following last night's dramatic developments #Elhiblu 1 arrived this morning in Boiler's Wharf, #Malta. #Migrant services, heavily supported by security officials, will handle this as an irregular reception with criminal proceedings likely to follow those deemed responsible. 1/3 pic.twitter.com/9siPjsWyNo
— Marc (@TilleyMarc) March 28, 2019
Na quarta-feira, os governos de Malta e de Itália anunciaram que cerca de 120 migrantes sequestraram o petroleiro, depois de terem sido resgatados no mar Mediterrâneo e terem forçado a tripulação a levá-los para a Europa.
Menos de 24 horas depois, um novo comunicado das Forças Armadas maltesas, divulgado no Twitter, dava conta da operação de salvamento bem sucedida, que mobilizou várias embarcações e um helicóptero.
????PRESS RELEASE: #Malta ???????? @Armed_Forces_MT Special Operations Unit boarded Tanker #ELHIBRU1. Captain and crew were being forced and threatened by a number of migrants to proceed to Malta. Tanker, crew & migrants escorted to Malta by @Armed_Forces_MT to be handed over to Police. pic.twitter.com/6BVFnb7uPB
— Government of Malta ???????? (@MaltaGov) March 28, 2019
Na mesma rede social, o ministro da Administração Interna maltês, Michael Farrugia, congratulou-se com o sucesso da operação levada a cabo pelas Forças Armadas do seu país. Já o ministro do Interior italiano descreveu o caso, na véspera, como “a primeira pirataria em alto mar levada a cabo por migrantes”.
“Estes não são migrantes em perigo, são piratas, só irão ver Itália através de um telescópio”, declarou Matteo Salvini, que na altura assegurou que o petroleiro não seria autorizado a entrar em águas italianas caso optasse por dirigir-se para Lampedusa ou para a Sicília.
“É a demonstração mais óbvia de que não estamos a falar de operações de socorro de pobres náufragos que fogem da guerra, mas de tráfico criminoso de seres humanos que é gerido de forma criminosa”, acrescentou.
Congratulations to the Armed Forces of Malta for the successful assault on the high jacked #ship in the central #Mediterranean #Sea @Armed_Forces_MT @MaltaPolice @MaltaGov #Malta
— Michael Farrugia (@dr_micfarr) March 28, 2019
A embarcação, de um proprietário turco e com bandeira de Palau, estava no Mar Mediterrâneo quando detetou um bote com mais de cem migrantes que haviam fugido de um campo de refugiados na Líbia, saindo em auxílio daquelas pessoas.
A tripulação do barco prestou cuidados de saúde aos migrantes e depois informou-os de que iriam dirigir-se à Líbia para os deixar no país de onde tinham partido. Foi nesse momento que os refugiados se amotinaram e tomaram o controlo do barco pela força.
Refugiados sequestram navio que os resgatou para evitar regresso à Líbia