“És Messi ou Ronaldo?”. A pergunta andou a ser feita durante uma década a fio quando chegava a altura de escolher o Bola de Ouro e, mesmo nos pequenos parênteses onde houve “intrusos” pelo meio (exemplo paradigmático foi 2010, com Xavi e Iniesta), a resposta saiu sempre a favor do português e do argentino. De forma mais rigorosa, cinco respostas para o português, cinco para o argentino. Esta semana, a France Football, que se tornou alvo de muitas críticas depois da escolha de Luka Modric como melhor jogador de 2018, recuperou essa pergunta acompanhada por uma ilustração dos dois atuais extraterrestres do futebol mundial recriando o célebre beijo entre Leonidas Brejnev e Erich Honecker, em 1979. Messi deu a sua resposta.

Ao mesmo tempo que Ronaldo marcava antes do descalabro da Juventus em Turim frente ao Ajax que valeu a eliminação dos italianos nos quartos da Champions, o argentino voltava a dar um verdadeiro recital de bola em Camp Nou na Champions, como já tinha acontecido na eliminatória anterior quando marcou dois golos e fez duas assistências frente ao Lyon (5-1). E se é certo que o Manchester United até começou com uma bola na trave por Rashford logo a abrir, além de um outro remate de Pogba que poderia ter levado perigo, o número 10 quase sentenciou a eliminatória em menos de cinco minutos.

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Pouco depois do primeiro quarto de hora, Messi teve a primeira jogada de génio que valeu o 1-0, fintando Ashley Young e passando a bola por entre as pernas de Fred na diagonal até à entrada da área onde rematou colocado ao ângulo inferior da baliza de David De Gea (16′). Mais uns minutos, mais um golo, desta vez com muitas culpas para o internacional espanhol: bola ganha em terrenos avançados, tentativa de pé direito a sair à figura do guarda-redes mas erro do número 1 a valer o 2-0 (20′).

O Barcelona, que não perde agora há 31 jogos em casa para as competições europeias, tinha a eliminatória mais do que segura mas nem por isso o argentino abrandou o show na Catalunha, ao ponto de alguns comentadores ingleses “gozarem” mesmo com as dificuldades que os defesas do Manchester United estavam a enfrentar perante a exibição inspirada do argentino. “Já fintou tantas vezes o Phil Jones que a ligadura que ele tem na cabeça está a cair”, atirou Gary Lineker, antigo avançado inglês que se notabilizou no Leicester e no Everton antes de representar os blaugrana entre 1986 e 1989.

No segundo tempo, e deitando por terra qualquer aspiração dos comandados de Solskjäer imitarem o feito do seu treinador e conseguirem uma reviravolta nos descontos, Coutinho fez o melhor golo da noite num remate de fora da área e sentenciou o 3-0 final (61′), confirmado nos últimos minutos com duas intervenções monstruosas de Ter Stegen.

“Foi espetacular, esta é a nossa equipa. Tivemos uma entrada mais fria e nervosa nos primeiros cinco minutos mas conseguimos depois assumir o controlo do jogo. Não podemos entrar assim em nenhum encontro da Liga dos Campeões. Temos deter consciência disso, sobretudo depois da experiência que tivemos no ano passado em Roma. Golos? O primeiro tive a sorte de conseguir um remate que me saiu bem, no segundo… tive um pouco mais de sorte. Adversário nas meias? A derrota da Juventus diz tudo, Liverpool ou FC Porto, qualquer que seja, vai ser muito complicado”, comentou Messi no final.