A medida pode impressionar, especialmente aqueles que os têm como animal de companhia, mas do outro lado do mundo o assunto motiva sérias preocupações ambientais. Os gatos de rua ocupam quase toda a totalidade do território australiano, cujo governo apontou uma meta para ser cumprida até 2020: abater cerca de dois milhões destes animais.

Estima-se que até seis milhões de gatos andem entregues à sua sorte pela ilha dos antípodas, um problema que toca também a vizinha Nova Zelândia, onde um respeitado ambientalista chegou a propor um mundo totalmente livre de gatos, com todos os bichos, domésticos ou vadios, a serem controlados e esterilizados. De resto, no estado de Queensland, há mesmo quem já ofereça recompensas simbólicas pelo abate de gatos, uma prática que a organização PETA classificou de “cruel”.

Mas porquê esta perseguição? Bom, a razão prende-se com o perfil predador destes animais, que terão chegado à Austrália no século XVII, introduzidos por exploradores europeus. A verdade é que os gatos terão já contribuído para a extinção de 20 espécies de mamíferos. Segundo Gregory Andrews, comissário nacional para as espécies ameaçadas, os gatos vadios são a maior ameaça às espécies nativas da Austrália, que se tornam uma presa fácil — os números diários apontam para a morte de um milhão de pássaros e 1.7 milhões de répteis, adiantou um porta-voz do Ministério do Ambiente e Energia à CNN.

Nem todos concordam com esta visão catastrofista. Tim Doherty, um ecologista da Universidade Deakin, na Austrália, admite que os gatos têm um impacto elevado na fauna do país mas defende que a matança proposta é baseada em fundamentos científicos frágeis.

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