A economia cresceu 1,8% entre janeiro e março face ao mesmo período do ano passado (e 0,5% em cadeia) — confirmou o INE esta sexta-feira —, e teve uma ajuda importante do investimento, que registou “uma aceleração significativa” de 17,8%. É a maior subida trimestral, pelo menos, desde 1996 (os primeiros dados trimestrais disponibilizados pelo INE). O anterior recorde nestas décadas era ainda de 1997 (16,1% no primeiro trimestre).
A aceleração homóloga do investimento (bem superior aos 7,4% registados no quatro trimestre do ano passado) deve-se ao comportamento da construção, que cresceu 12,4% (2,8% no trimestre anterior), mas ainda mais da componente de máquinas e equipamentos, que acelerou para 16,8% (depois de ter aumentado 5,3% no quarto trimestre).
O bom comportamento do investimento permitiu que o contributo da procura interna para o crescimento da economia aumentasse para 4,8 pontos percentuais (face a 3,3 p.p. do trimestre anterior).
O consumo das famílias e das instituições sem fim lucrativo aumentou 2,5% (2,9% no trimestre anterior) e o consumo público apenas 0,4% (tinha sido de 0,7% de setembro a dezembro).
As importações (+9,4%) estão a acelerar mais do que as exportações (+3,4%), pelo que as chamadas exportações líquidas não contribuíram para o crescimento face ao mesmo período de 2018. A variação foi ainda mais negativa do que no trimestre anterior (-3,1 p.p., face aos -1,6 p.p. de setembro a dezembro).
Em comunicado, o gabinete do ministro das Finanças sublinha que “o peso do investimento e das exportações no PIB atinge os 68% pela primeira vez” e considera que é “o crescimento da economia portuguesa mais sustentável desde 1995”. Entende também que estes valores refletem “o aumento da confiança na evolução da economia portuguesa”.