“Os Olhos de Orson Welles”

O documentarista irlandês Mark Cousins (“A História do Cinema: Uma Odisseia”) teve acesso a todo um acervo de pinturas, desenhos, caricaturas e esboços feitos por Orson Welles ao longo da sua vida, para através deles detetar e explicar não apenas as muitas e profundas influências pictóricas e gráficas existentes nos filmes do realizador (no que é bastante convincente), como também a sua vida e personalidade (onde já não é tão feliz e por vezes força demasiado as interpretações e abusa da imaginação). “Os Olhos de Orson Welles” tem a forma de uma carta a Welles, narrada pelo próprio Cousins, cuja voz, tiques verbais e reiterações do discurso acabam por se tornar cansativos, mesmo irritantes. O grande interesse do filme é mesmo o acesso que nos proporciona a uma grande variedade de obras saídas da mão do autor de “O Mundo a Seus Pés”, que vão desde desenhos preparatórios para uma adaptação do “Júlio César” de Shakespeare que nunca saiu do papel, a cartões de Natal para a família ou ainda desenhos e pinturas feitos nas suas viagens e para as mulheres que amou, caso de Rita Hayworth.

“Homens de Negro: Força Internacional”

Will Smith e Tommy Lee Jones abandonaram a série “Homens de Negro” após três filmes, e neste quarto título, realizado por F. Gary Gray, são substituídos por Chris Hemsworth e Tessa Thompson, nos papéis dos agentes H e M, respetivamente, pertencentes à sucursal de Londres dos Homens de Negro. Estes dois novos (e jovens) agentes vão estar envolvidos numa série de ataques alienígenas que os fazem cruzar o globo, e terão, acima de tudo, que descobrir e eliminar a “toupeira” que infiltrou a organização intergalática a que pertencem e a ameaça destruir. No elenco de “Homens de Negro: Força Internacional” aparecem ainda Liam Neeson, Emma Thompson, Rafe Spall e Rebecca Ferguson.  Danny Elfman é, mais uma vez, o autor da banda sonora do filme.

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“Piranhas — Os Meninos da Camorra”

Roberto Saviano escreveu o livro sobre os adolescentes de Nápoles que são recrutados como “soldados” pela Camorra, e por ela roubam, matam, traficam e, muitas vezes, morrem nas ruas da cidade, e colaborou no argumento desta adaptação ao cinema realizada por Claudio Giovannesi. Onde o romance de Saviano é mais cru, direto e realista, o filme de Giovannesi “amacia” as personagens, a violência e as situações extremas, para mostrar como os jovens camorristas perdem a inocência e abdicam de uma adolescência normal, e os seus chefes os recrutam, usam e descartam sem escrúpulos nem sentimentalismos. “Piranhas — Os Meninos da Camorra” não traz nada de novo aos filmes de máfia e mafiosos, mas é, mesmo assim, suficientemente impressionante e incómodo. E tal como Saviano, Giovannesi não oferece soluções demagógicas ou piedosas para este flagelo.

“High Life”

Depois do terror em “Trouble Every Day” (2001), a realizadora francesa Claire Denis entra agora pelos territórios da ficção científica em “High Life”, escrito com o seu habitual colaborador Jean-Pol Fargeau e com o inglês Geoff Cox, e acompanhada por dois atores que muitos outros cineastas dariam os dedos de uma mão para dirigir: Robert Pattinson e Juliette Binoche. O filme, minimalista e austero, passa-se numa nave espacial tripulada por um punhado de condenados à morte e por uma cientista também cadastrada, que os submete a experiências  de reprodução artificial, e cujo número será drasticamente reduzido no decurso da jornada. Rodado na Polónia e na Alemanha, “High Life” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.