Boris Johnson, candidato à liderança do Partido Conservador e do governo britânico, reiterou que não vai esclarecer as circunstâncias em que a polícia foi chamada à casa da companheira por queixas de barulho durante uma discussão. “Eu não falo sobre os assuntos que envolvem a minha família, as pessoas que eu amo. E há uma razão muito boa para isso. É que, se o fizer, estou a arrastá-lo para dentro de coisas que não são justas para eles”, justificou, em entrevista à BBC.
Na semana passada, a polícia foi chamada à casa de Carrie Symonds, namorada de Boris Johnson, porque os vizinhos alertaram as autoridades para uma discussão acesa entre os dois. Entretanto, uma fotografia dos dois a trocarem sorrisos numa mesa de jardim chegou às redes sociais, levantando ainda mais suspeitas. É que os britânicos teorizam que a fotografia foi lançada pela equipa de campanha do próprio Boris Johnson para branquear a imagem do casal. Mas o líder conservador já negou que a fotografia tenha sido encenada e publicada pelos colegas de campanha.
Cripes. #BorisJohnson #BorisGate pic.twitter.com/RR5a8a9D3O
— Brendan May (@bmay) June 24, 2019
Agora, em entrevista com Laura Kuenssberg, editora de política da BBC, Boris Johnson repetiu que não falará sobre esse episódio com Carrie Symonds por considerar “injusto” para quem lhe é próximo. E também não respondeu ao ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, seu opositor nas eleições governamentais, que o acusou de “cobardia” depois de Boris Johnson ter cancelado um convite da Sky News para um frente-a-frente esta terça-feira.
Na mesma entrevista, Boris Johnson reconheceu que, ganhando as eleições governamentais, vai precisar da União Europeia para evitar tarifas comerciais muito mais altas do que as atuais e problemas com a Irlanda. Em resposta a Laura Kuenssberg, o candidato diz nunca ter acreditado que o Reino Unido vá abandonar a União Europeia sem acordo — embora o documento redigido por Theresa May esteja “morto”, considera.
No entanto, admite que a União Europeia continuará a ter um papel na mediação da relação com a Irlanda e com o mercado: “Não depende só de nós”.