Dois universitários de Oxford conheceram-se, três estudantes da Cambridge travaram contacto, Terry Gilliam juntou-se-lhes, no fim misturaram-se todos e o humor britânico (e de qualquer nacionalidade) nunca mais foi o mesmo. Este poderia ser o resumo mais curto possível do legado dos Monty Python, o grupo humorístico britânico formado por Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Jone, Michael Palin e o já mencionado Terry Gilliam. Só não o é porque a história dos Monty Python não está terminada: este ano, o grupo vai revelar novos programas de rádio e está a promover uma tentativa de bater um recorde do Guiness tão inusitado quanto os seus sketches.

O mundo está “cada vez mais pythonesco” e a extreme silness (tontice extrema), em que o grupo se especializou — com sketches míticos e nonsense criados sobre o assunto —, “é cada vez mais necessário”, apontam os Monty Python num comunicado oficial, citado pelo jornal The Guardian.

https://www.youtube.com/watch?v=KCrQu0VTUBs

O estado do mundo poderia ser, em si, razão suficiente para motivar o regresso em força de um coletivo que já perdeu Graham Chapman (morreu em 1989) e Terry Jones (a quem foi diagnosticado demência), mas há uma data redonda que merece ser assinalada: os 50 anos da estreia da primeira grande série televisiva dos Monty Python, intitulada “Flying Circus”. O título viria a ser adaptado para língua portuguesa como “Os Malucos do Circo”.

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Quando os Monty Python se começaram a revelar na BBC há 50 anos — três anos depois de terem estado a trabalhar todos juntos pela primeira vez numa série televisiva, em “The Frost Report” — o Reino Unido ficaria rendido e o resto do mundo viria por arrasto. Este ano, para celebrar um legado único no humor, o grupo revelará novos programas de rádio na BBC e a tentativa de bater um recorde mundial de “maior junção de pessoas vestidas como Gumbys” no mesmo local. Gumby, recorda o The Guardian, “é uma personagem recorrentes dos sketches dos Monty Python” que tem um pequeno bigode e que usa uma espécie de lenço na cabeça, óculos “spectacles” e suspensórios.

Os Monty Python convidam assim os fãs, através do Facebook, a vestir-se à Gumby e a aparecer num “espaço icónico de Londres”, ainda por revelar, no dia 5 de outubro — dia em que foi exibido o primeiro episódio de “Os Malucos do Circo”.

[Assim se veste um Gumby:]

Material antigo e inédito para a rádio e retrospetiva em Londres

Quanto à série de programas de rádio novos que aí vêm, sabe-se já que serão transmitidos na BBC Radio 4, durante o mês de setembro. Esse conjunto de novos “especiais” radiofónicos dos Monty Python terá como produtor executivo Michael Palin, um dos quatro membros históricos dos Monty Python ainda vivos e de boa saúde. Os restantes três — John Cleese, Terry Gilliam e Eric Idle — deverão também estar envolvidos nos programas, embora a informação careça de confirmação oficial, refere o The Guardian.

Os programas radiofónicos deverão conter “material antigo [mas] inédito dos arquivos de som dos Monty Python”, aponta o jornal inglês, detalhando ainda uma das novidades que deverão trazer: “Os ouvintes estão a ser convidados para descobrir mais coisas desagradáveis que estavam preparadas para a personagem Brave Sir Robin, interpretada por Idle, um cavaleiro cobardolas cujos bardos cantam sobre os terríveis destinos que o esperam”. A personagem ganhou protagonismo no filme Monty Python e o Cálice Sagrado (1975).

As datas redondas habitualmente originam retrospetivas e, pelo menos em Londres — mais propriamente no reputado cinema BFI Southbank —, serão exibidos filmes, raridades de arquivo e maratonas de visionamento quer da série “Monty Python’s Flying Circus”, quer de programas de televisão individuais dos elementos do grupo.

Monty Python: a última gargalhada