A NASA anunciou esta quinta-feira que a próxima missão milionária — chamada Dragonfly — vai enviar um quadrator (uma pequena aeronave de quatro motores) para explorar Titã, a principal lua de Saturno e o único corpo celeste além da Terra onde sabemos haver corpos de água à superfície (por outras palavras, o mais parecido a um oceano fora da Terra).

Segundo a NASA, o quadrator vai sobrevoar a superfície desta lua gelada à procura de possíveis condições que indiquem a existência de vida. A missão vai ter início em 2026 e deverá chegar a Titã em 2034, sendo a primeira vez que a agência espacial norte-americana vai enviar um veículo deste género para outro planeta.

O quadrator vai funcionar como um grande drone, explica a NASA em comunicado. Durante a missão Dragonfly serão explorados vários ambientes de Titã, desde dunas orgânicas ao chão de uma cratera de impacto onde a água e materiais orgânicos essenciais à vida existiram juntos, possivelmente durante milhares de anos. O objetivo, acrescenta a agência, é perceber até onde isto tudo progrediu. Além disso, serão também estudadas as propriedades atmosféricas da lua gelada de Saturno e os seus reservatórios líquidos.

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Com a missão Dragonfly, a NASA vai, mais uma vez, fazer aquilo que ninguém consegue. Visitar este mundo misterioso oceânico pode revolucionar aquilo que conhecemos sobre a vida no universo. Esta missão de ponta seria impensável há alguns anos, mas agora estamos prontos para o fantástico voo da Dragonfly”, disse Jim Bridenstine, administrador da NASA.

A Dragonfly, explica a nota da NASA, aproveitou os 13 anos de pesquisas da Cassini para escolher um período temporal mais calmo para aterrar. “É incrível pensar neste helicóptero a voar quilómetros e quilómetros pelas dunas orgânicas de areia da maior lua de Saturno para explorar os processos que moldam este ambiente extraordinário”, acrescentou Thomas Zurbuchen, também administrador da NASA. Titã é maior que Mercúrio e a segunda maior luta do nosso sistema solar.

Esta missão, liderada por Elizabeth “Zibi” Turtle, cientista do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, surge no âmbito de um programa da NASA, o “New Frontiers”, que permitiu obter as fotografias mais nítidas de Plutão e de Caronte e também conhecer melhor Jupiter.

Dentro deste programa há também uma missão que a decorrer: a Osiris-Rex está neste momento a caminho do asteroide Bennu e quer aterrar lá para tentar saber mais sobre a formação do sistema solar, bem como a origem das moléculas orgânicas (as que têm carbono na sua estrutura) que podem ter permitido o desenvolvimento de vida na Terra, uma vez que a teoria é que um asteroide como o Bennu pode ter impactado com a terra e deixado essas molécula no nosso planeta.