A Boeing anunciou esta quarta-feira que vai doar 100 milhões de dólares (88,6 milhões de euros) às famílias das vítimas mortais dos dois voos do modelo 737 Max que caíram, na Indonésia e na Etiópia, no espaço de 5 meses. Ao todo, morreram 346 pessoas nos dois acidentes.

“Este fundo servirá para ajudar na educação, nas dificuldades e nas despesas das famílias afetadas, programas comunitários ou desenvolvimento económico nas comunidades afetadas”, le-se n comunicado da Boeing, onde esta adianta ainda que fará parcerias com os autoridades locais em questão e com ONG de forma a coordenar este “investimento”, que “será feito ao longo de vários anos”.

Esta é a mais recente medida da Boeing, depois de em junho o presidente da construtora de aeronaves ter admitido que houve erros e de os executivos da empresa terem pedido desculpa pelos acidentes. Tudo isto surgiu enquanto a investigação em torno dos dois acidentes ainda decorre.

Esta ação da Boeing não está a ser bem recebida pelas famílias da vítimas, sendo a maioria destas da Indonésia (180 pessoas), seguindo-se os quenianos (32). Em declarações à BBC, o advogado Nomi Husain, que representa as famílias do voo da Ethiopian Airlines , o pgamento da Boeing “não está sequer perto de poder compensar as famílias por tudo aquilo que elas perderam”, acrescentando que alguns dos seus clientes “para já não estão interessados em compensações financeiras”. Ainda assim, segundo a BBC, já houve pelo menos sete famílias que chegaram a acordo com a Boeing, que lhes terá pago 276 milhões de dólares (244,6 milhões de euros).

Robert Clifford, outro advogado que representa as famílias de 23 das vítimas, disse que “nunca tinha havido uma oferta deste tipo numa altura em que o litígio está em curso”. “Uma vez que ainda há muito para descobrir sobre o que se passou, [o pagamento] passam po r algo que não é sincero”, acrescentou aquele jurista.

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