O número de ataques de animais abandonados está a aumentar. Segundo avança esta quinta-feira o Jornal de Notícias, a GNR registou 287 casos apenas nos primeiros seis meses do ano, quase o mesmo valor registado no ano passado (316) e mais do que em 2017 (253). Os valores estão relacionados com a sobrelotação dos centros de recolha oficial (CRO) e com a falta de capacidade dos serviços municipais para os pedidos de recolha de animais de rua.

Em 2016, entrou em vigor a legislação que proíbe o abate de animais errantes como medida de controlo da população. Essa lei estabelecia um período transitório de dois anos para adaptação.

Ao jornal, Ricardo Lobo, da Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios alerta que todos os CRO estão “com a capacidade lotada” e que os município “não estão a recolher” os animais errantes, que se “acumulam” nas ruas. Por isso, defende, o número de animais recolhidos nos CRO “inviabiliza qualquer solução que não passe também pelo abate”. O responsável considera que as políticas doe esterilização e sensibilização precisam de “mais tempo”.

O crescimento do número de animais de rua pode provocar problemas de segurança e saúde pública. Isto porque, além dos ataques, a pessoas e gado, há riscos de proliferação de doenças.

Um parecer da Associação Nacional de Municípios Portugueses, de 2018, a que o jornal teve acesso, sublinha que “é impossível” serem cumpridas em simultâneo “duas imposições legais”: “a recolha de animais errantes e o não abate de animais como forma de controlo da população de animais errantes”.

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