Para muitos dos que frequentam as praias na zona da Comporta existe um ritual obrigatório de final de dia: antes do regresso à estrada e a casa, uma paragem para reabastecimento — não do automóvel mas dos viajantes — na antiga escola primária de Cachopos, nos arredores de Alcácer do Sal, transformada em restaurante por Henrique Galvão Lopes já lá vão mais de duas décadas. É n’A Escola que se ganham forças para essa viagem, por força das míticas e substanciais empadas de caça, açordas e ensopados que ali se servem.

A Escola é conhecida não apenas por esses pratos — e outros — como pelo espaço onde os serve: é uma daquelas escolas com arquitectura típica do Estado Novo, cuja estrutura exterior está intocável. Na antiga sala de aula, à entrada, ainda sobrevive o quadro em ardósia. Tanto dentro como fora, na esplanada das traseiras, a matéria entranha-se com facilidade e prazer: hoje é o genro de Henrique, Octaviano Martins, o fiel intérprete das suas receitas. É toda uma experiência, altamente aconselhável.

E é essa experiência que vai viajar até ao Porto, nos Armazéns do Cais Novo,  na Rua Monchique 45-52, entre 27 e 29 de setembro, cortesia de mais uma edição das Mesas Bohemia. Não podendo viajar a própria da escola, por motivos óbvios, viajará A Escola, o chef e alguns ex-líbris do receituário da casa. E preparem-se os alunos, que a lição promete.

Ao toque de entrada, estará sobre a mesa uma Cenoura Aberta, o pickle alentejano por excelência, em que a cenoura é cozinhada muito ligeiramente e temperada com azeite, alho, coentros e vinagre. Pão e cerveja (Bohemia, claro) a harmonizar e estará dado o mote para a matéria seguinte.

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Já com a atenção dos estudantes garantida, da cozinha do professor Octaviano sairá então uma Açorda de Tomate com Enguias Fritas — um dos pratos icónicos do restaurante. As enguias são especialidade local, de Alcácer à Lagoa de Santo André, e A Escola é um dos melhores restaurantes para as comer, sobretudo devido à deliciosa acorda que as acompanham, recheada de chouriço e pão frito e com o obrigatório ovo escalfado no topo. A Bohemia Bock, e respetivas notas torradas, matará a sede — de conhecimento e não só — da turma presente.

O capítulo seguinte não virá do rio mas da terra — e até voa, mas sempre baixinho. A Perdiz na Púcara, outro dos clássicos da região e do restaurante, é um prato reconfortante que merecerá tempo e dedicação dos presentes. Só assim estes conseguirão apreciar a carne delicada da ave e deixar o pão absorver os sabores complexos do caldo. Para moderar o calor, nada como uns golos de Bohemia Puro Malte, cujo amargor vai encaixar que nem uma luva no conjunto.


Ao terceiro prato, surgirá perante a classe uma das famosas empadas da casa. Neste caso, a de Coelho Bravo, acompanhada de Arroz de Pinhão. Uma empada suculenta, com um recheio generoso, húmido, abraçado por uma massa consistente que nunca se sobrepõe e o deixa brilhar. Um prato que pedirá a encorpada Bohemia Original, cujas notas de caramelo completam a riqueza da empada. Os famosos pinhões de Alcácer voltarão a estar em destaque na sobremesa, um Doce da Casa que é tão especial como a própria casa, capaz de fazer qualquer adulto sentir-se de novo uma criança, de regresso à escola primária. Faz sentido.

Mais informações sobre esta edição das Mesas Bohemia em mesasbohemia.pt e bilhetes disponíveis para este evento irrepetível em ticketline.sapo.pt. Reserve já lugar para jantar, sexta ou sábado às 20h, ou para almoçar domingo às 13h. Preço por pessoa 30€.