Oportuna e adequada. É desta forma que a administração da Media Capital acolhe a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Cofina na sequência do acordo com a Prisa para a aquisição da dona da TVI.

O conselho de administração da empresa detida pelos espanhóis da Prisa considera que a oferta sobre a Media Capital “não é inoportuna” porque não irá afeta o normal desenvolvimento da Media Capital. Apesar de remeter para mais tarde uma apreciação sobre o preço proposto na OPA, de 2,336 euros por ação, já que o valor será fixado por um auditor independente, a gestão da empresa considera que a oferta se afigura “adequada”.

Outro dos pontos analisados é o impacto nos interesses dos trabalhadores e nas suas condições de trabalho, com o conselho liderado por Luís Cabral a mostrar-se confiante “de que a entrada da oferente (Cofina) no capital social do grupo terá um impacto positivo para as estruturas dos trabalhadores na medida em que se integrará numa estratégia de consolidação dos media no plano global, mantendo-se no essencial a atividade das sociedades que com a sociedade visada estão em relação de domínio do grupo”.

A junção de dois dos maiores grupos de comunicação social, ainda que mantendo as empresas e marcas autónomas tem gerado algum receio a nível da manutenção do emprego, mas também da qualidade e independência editorial, preocupações já manifestadas pelo Sindicato de Jornalistas. Os dois grupos combinados empregam cerca de 1800 pessoas. A Cofina chegou a acordo para comprar 95% da Media Capital.

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O negócio envolve 255 milhões de euros, incluindo a dívida que o grupo liderado por Paulo Fernandes vai assumir. A Cofina vai pagar 180 milhões de euros, incluindo a OPA sobre as ações da Media Capital dispersas e já anunciou intenção de fazer um aumento de capital de 85 milhões de euros para financiar a aquisição.

Cofina vai pagar 181 milhões para comprar a dona da TVI e lança OPA

Na resposta à OPA remetida à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a gestão da Media Capital sublinha também que a Cofina não prevê incorporar por fusão a sociedade visada ou qualquer outra empresa participada.  E destaca a expetativa da oferente de que “a aquisição permita criar um grupo mais preparado para enfrentar os desafios que se colocam atualmente à indústria dos media, em especial a imprensa tradicional”, onde a Cofina é mais forte sendo proprietária de jornais como o Correio da Manhã e da revista Sábado. A Media Capital é dona da TVI e do grupo Rádio Comercial, para além da produtora Pluricanal.