A Fórmula 1 (F1) é a categoria rainha do desporto automóvel. Nenhum outro veículo é capaz de percorrer a uma velocidade superior qualquer pista do planeta, uma vez que o pack que propõe, em termos de potência, peso e sofisticação, aerodinâmica e não só, é imbatível. E porque vivemos tempos complicados, em que importa ter uma atitude responsável para com a sociedade e o mundo em que vivemos, também a F1 tem revelado preocupações ambientais, com os novos motores V6 híbridos a serem mais potentes mas a consumirem menos 30% do que os anteriores V8 e menos 50% dos antigos V10.

Lewis Hamilton é a estrela que mais brilha no universo da F1. De origens humildes, foi desde muito cedo apadrinhado pela Mercedes e McLaren, a quem compensou com cinco títulos de campeão do mundo, ou seis, se somarmos já o que certamente não lhe vai fugir esta época. Mas o segundo piloto com mais ceptros de campeão, logo atrás de Schumacher (sete), revela cada vez mais preocupações sociais e com o planeta. Daí que tenha vendido o jacto privado, que até há dois anos usava para, entre corridas, dar um salto a Hollywood e se divertir nas festas de Los Angeles, tendo igualmente planos para trocar uma série de carros potentes, por outros menos poluentes.

Uma das vítimas destas trocas é o Maybach, a gama de luxo da Mercedes, que parece estar condenado a desaparecer da garagem do piloto para ceder o lugar ao novo SUV eléctrico da Mercedes, o EQC. Os fãs dos modelos com motor de combustão podem sempre pensar que se trata de mais uma acção de publicidade, para chamar a atenção para os eléctricos da marca cujas cores defende na F1. Porém, é bom recordar que nos últimos tempos Hamilton já usava regularmente um Smart eléctrico como o seu principal veículo para o dia-a-dia.

Onde Lewis Hamilton faz finca-pé, a defender os motores de combustão, é durante o período de trabalho. O patrão da equipa Mercedes na F1, Toto Wolff, bem que tentou encaminhá-lo para a Fórmula E, afirmando que agora que a Mercedes também se faz representar na FE, esperava um dia contar com Hamilton para o ajudar nesta nova disciplina. Mas a resposta do piloto não se fez esperar: “Não tenho qualquer interesse em conduzir um FE.” Certamente devido à falta de potência, velocidade, poder de aceleração e… ruído.

Parte das declarações de Hamilton tiveram lugar durante a conferência de imprensa antes do GP do México, que se disputa este fim-de-semana, em que o piloto da Mercedes estava acompanhado de Sebastian Vettel, Antonio Giovinazzi, Sergio Perez e Alexander Albon. Vettel solidarizou-se desde logo com as palavras de Hamilton, chamando a atenção que a F1 provoca um forte impacto ambiental e que os responsáveis devem continuar a trabalhar para o conseguir reduzir. O piloto da Ferrari afirmou ainda que “todos podem dar um contributo em favor do ambiente” e que “as pessoas, incluindo as da F1, serão ignorantes se não avaliarem o impacto das suas opções”. Giovinazzi, Perez e Albon assinaram por baixo das declarações dos campeões do mundo. Veja aqui a conferência, com as questões em torno do impacto ambiental a surgirem aos 9.25 e 23.40.

https://www.youtube.com/watch?v=hGwXG44W6B0

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