Mil e quinhentos quilos de metano. Uma equipa de investigadores da Universidade Técnica de Munique andou pelo recinto do festival durante os 16 dias da edição de 2018 — a pé e de bicicleta, à tarde, de manhã e à noite, durante a semana e no fim dela — e foi a esse valor de emissões do gás que chegou. Nada menos do que 10 vezes mais do que o valor registado em igual período de tempo em toda a cidade de Boston, no Massachussets.

Surpreendente? A coisa melhora: embora grande parte das emissões fique a dever-se aos equipamentos utilizados para aquecer o ambiente ou grelhar as 250 mil salsichas e o meio milhão de frangos servidos ao longo do evento, cerca de 10% do gás metano libertado para a atmosfera resultou do efeito da comida e da bebida consumida pelos seis milhões de pessoas que todos os anos participam no evento. Leia-se: dos arrotos e dos puns libertados durante a mais famosa festa da cerveja do mundo.

Em média, durante o festival, foram libertados 6,7 microgramas de metano por segundo. Para compensar, foram consumidos 7 milhões de litros de cerveja e 100 mil litros de vinho. Os resultados, citados pelo britânico The Guardian, foram publicados no jornal científico Atmospheric Chemistry and Physics e podem, explicou Jia Chen, o cientista responsável, ajudar os responsáveis deste e de outros festivais do género a adotar políticas responsáveis de redução de emissões de metano.

Logo depois do dióxido de carbono, este gás surge em segundo lugar na lista dos maiores gases de efeito estufa emitidos pela atividade humana.

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