Juntamente com a Jeep, a Alfa Romeo é das marcas que mais contribui para imagem do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Porém, os últimos lançamentos de Arese ficaram aquém das expectativas comerciais e a marca acusa a necessidade de renovar o seu portefólio de modelos, com propostas que por um lado cumpram as exigentes normas ambientais e, por outro, permitam ao construtor italiano inverter o ciclo que atravessa.

Incrível: Lancia vende mais do que a Alfa Romeo

Até Agosto passado, face a igual período do ano anterior, as vendas da Alfa Romeo caíram 44,5% na Europa (dados Carsales). Já nos Estados Unidos da América, mercado de onde se ausentou em meados dos anos 90 para regressar em 2014, as perspectivas também não são animadoras. Dificilmente o fabricante transalpino conseguirá igualar o resultado de 2018, ano em que transaccionou do outro lado do Atlântico 23.800 veículos, pois só no primeiro semestre de 2019 as vendas baixaram em mais de 3.000 unidades face ao período homólogo do ano anterior, situando-se ligeiramente acima de 9.000 viaturas.

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Perante este quadro, os planos da marca mudaram. Encolheram mesmo: há pouco mais de um ano, ainda sob a batuta de Sergio Marchionne, previam um total de sete modelos que agora se vê reduzido a apenas quatro.

Oficial. Saiba o que pode esperar da Alfa Romeo até 2022

Na videoconferência de apresentação dos resultados do terceiro trimestre da FCA, o CEO do grupo, assumiu que o portefólio da Alfa Romeo vai ser racionalizado, com vista a evitar sobreposições no seio do grupo e para apontar baterias aos segmentos com maior procura. Mike Manley admitiu que a marca de Arese “teria as suas asas cortadas” nos próximos tempos, pretendendo com isso significar que não haverá qualquer investimento em Investigação & Desenvolvimento, salvo o estritamente necessário para colocar cá fora modelos apetecíveis. Ou seja, SUV.

Sem surpresas, confirmam-se as actualizações a meio do ciclo de vida do Giulia e do Stelvio. Dois facelifts que já eram esperados, pois quer a berlina quer o SUV têm sido apanhados a rodar camuflados. O lançamento de ambos deverá ocorrer em 2021, com alterações na estética, mecânica e upgrade tecnológico. Igualmente dentro de pouco mais de um ano, a Alfa Romeo introduzirá um novo SUV, o Tonale, com a marca a confirmar oficialmente que esta proposta do segmento B vai oferecer uma versão híbrida plug-in – aliás, o protótipo revelado em Genebra já enveredava por esta solução.

Tonale. Como é o primeiro híbrido plug-in da Alfa Romeo?

A maior novidade é que os planos de electrificação do construtor transalpino prevêem um segundo SUV com uma variante totalmente eléctrica. Nada mais se sabe, excepto que verá a luz em 2022, para disputar mercado no segmento C. Mas se o lançamento deste crossover virá colmatar a ausência do MiTo, o que vem sendo alvo de especulação desde a extinção do compacto, a realidade é que a Alfa Romeo não planeia lançar mais nada, o que constitui uma drástica revisão dos planos apresentados em Junho de 2018.

O regresso dos desportivos 8C e GTV está fora de questão, com Mike Manley a preferir congelar produtos de imagem para se concentrar em modelos com maiores aspirações comerciais. Outro dado a reter da informação avançada aos jornalistas prende-se com uma ausência: olhando para a planificação futuro, não há lugar para um novo Giulietta…