O Presidente da China, Xi Jinping, felicitou o seu homólogo de Moçambique, Filipe Nyusi, pela reeleição para mais um mandato de cinco anos, manifestando a vontade de reforçar as relações entre os dois países, informou esta segunda-feira a Presidência moçambicana.

Na carta de felicitações, citada em comunicado pela Presidência da República de Moçambique, Xi Jinping refere que a cooperação entre os dois países conheceu um novo impulso durante o primeiro mandato de Filipe Nyusi, após o atual chefe de Estado moçambicano assumir o cargo em 2015. Os dois estadistas mantiveram vários encontros, nos quais “chegaram a muitos consensos importantes, o que contribui, de forma enérgica, para o avanço das relações entre os seus países”, lê-se na nota à comunicação social.

“Atribuo muita importância ao desenvolvimento do relacionamento entre a China e Moçambique e estou disposto a reforçar as importantes plataformas Iniciativa do Cinturão e Rota e do “Fórum de Cooperação China-África”, acrescenta o documento. Xi Jinping afirmou estar também focado na intensificação da Parceria de Cooperação Estratégica Global Sino-Moçambicana, elevando este instrumento para novos patamares.

A China é cada vez mais um parceiro comercial e económico de peso de Moçambique, investindo, principalmente, em infraestruturas públicas e apostando nas trocas comercias com o país africano. De acordo com uma outra nota da Presidência moçambicana, Filipe Nyusi recebeu igualmente congratulações do homólogo do Zimbabué, Emmerson Mnangangwa, que manifestou o desejo de estreitamento da cooperação bilateral.

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Na carta, Mnangangwa diz que a “eleição constitui uma janela de oportunidades para a consolidação da paz, alcançada através da conclusão do Acordo de Paz e Reconciliação, assinado em agosto de 2019”. Os resultados eleitorais, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 27 de outubro, em Maputo, deram larga vantagem à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, cujo candidato foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos.

Para o parlamento, a Frelimo conseguiu eleger 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, cabendo 60 (24%) à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e seis assentos (2,4%) ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou a CNE. A Renamo, principal força de oposição, contestou os resultados e apresentou, na terça-feira passada, um recurso junto do Conselho Constitucional (equivalente ao Tribunal Constitucional), apontando alegadas irregularidades no processo eleitoral.

Também o MDM, terceira força política parlamentar, não aceita os resultados, alegando fraude generalizada. Várias missões de observação levantaram também dúvidas e preocupações acerca da votação. A CNE manifestou “preocupação” com “algumas irregularidades”, justificando que, por isso, evitou descrever as eleições gerais como livres, justas e transparentes, no anúncio dos resultados que fez no passado domingo.