O partido espanhol Vox baniu o grupo Prisa — que detém o jornal El País e a Rádio SER — de aceder e marcar presença nos seus eventos de campanha.

Santiago Abascal, presidente do partido de extrema-direita, não vai conceder mais credenciais “a nenhum jornalista vinculado à Prisa, nem acesso à sua sede ou a qualquer ação que o partido organize no espaço privado”, diz o próprio El País — o jornal generalista mais vendido em toda a Espanha.

O anúncio foi feito depois de um editorial do jornal se mostrar particularmente crítico às ideias de extrema-direita do partido, confirma o diário, citando fontes de dentro do Vox que preferiram permanecer anónimas.

Intitulado Deber de réplica (dever de resposta), o editorial que irritou Santiago Abascal referia-se ao debate de segunda-feira com os principais cinco candidatos nas legislativas espanholas, afirmando ser “preciso ativar todos os alarmes” face às posições “xenófobas e intolerantes” do Vox. O jornal dizia ainda que Abascal tinha feito afirmações falsas e defendia “ideias incompatíveis com os valores constitucionais”.

O El País explica que esta não é a primeira vez que o grupo Prisa é banido de atos eleitorais — o partido Batasuna, considerado o braço político da ETA, já o tinha feito.

A Federação de Associações da Imprensa de Espanha e a Associação de Imprensa de Madrid alertaram para o incumprimento do direito à liberdade de informação consagrado na Constituição do país. Um feito que, argumentam, é agravado por estar em curso a campanha eleitoral para as legislativas de domingo.

O Vox está neste momento em subida nas sondagens, com 10,5% das intenções de voto, aparecendo no quarto lugar, atrás do PP, do Podemos e do PSOE. Deverá aumentar o número de deputados face às eleições de abril.

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