As exportações alemãs voltaram a acelerar em setembro, aumentando 1,5% na comparação com o mês anterior — um mês anterior, agosto, que também contou, agora, com uma revisão em alta dos números relativos a esse período. Globalmente, os dados divulgados esta sexta-feira dão alguma confiança de que a economia alemã, a maior economia europeia, poderá ter conseguido evitar o segundo trimestre consecutivo de crescimento económico negativo, o que corresponderia à definição clássica de uma recessão técnica.

Não foi só na Alemanha que saíram dados sobre a balança comercial. Em Portugal, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que as exportações de bens cresceram apenas 1,2% no trimestre que decorre entre junho e setembro (um dado que não inclui exportações de serviços, como o turismo). Mas as importações, por outro lado, cresceram 6,3% no mesmo período, ou seja, quase cinco vezes mais.

Mas a notícia de que a Alemanha poderá ter evitado a recessão técnica poderá aumentar a confiança dos investidores. Mas também gera alguma perplexidade, diz o economista Carsten Brzeski, do banco holandês ING. “Apesar das tensões comerciais que existem, as exportações na Alemanha tiveram um trimestre melhor do que o esperado”, assinala o especialista.

Com estes dados, acrescenta o economista, “uma recessão técnica não é um dado adquirido” e poderá ter sido evitada “no último minuto”.

Porém, com ou sem recessão técnica, uma coisa é certa, diz Carsten Brzeski: “a economia alemã está a viver uma estagnação de facto há mais de um ano”, portanto “os dados divulgados hoje não são, propriamente, razão para lançar foguetes”.

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