Albert Rivera demitiu-se da liderança do Ciudadanos, depois dos maus resultados eleitorais deste domingo em Espanha. “Demito-me para que o partido escolha o seu futuro”, disse. Rivera abandona também o cargo de deputado e a vida pública.

O partido de centro-direita passou de 57 deputados em abril para apenas 10 nas eleições de domingo, tendo mesmo sido ultrapassado pelo partido da extrema-direita Vox e pelos independentistas da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

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A derrota chegou mesmo a Barcelona, onde tinham uma forte presença: em vez dos cinco deputados habituais, elegeu apenas dois. No discurso após as eleições, reconheceu a derrota, propondo um congresso extraordinário. “Tivemos um mau resultado, sem paliativos nem desculpas.”

No discurso em que apresentou a demissão, esta segunda-feira de manhã, Albert Rivera voltou a reconhecer a derrota. “Nunca tapei a cara, nunca me escondi”. E revelou ter três decisões a comunicar. Em primeiro lugar, anunciou que deixa a liderança do Ciudadanos. “Conseguimos que Espanha tenha um partido liberal e de centro”, disse, lembrando que foi “eleito presidente de uma plataforma de que não se antevia futuro”. “Demito-me para que o partido escolha o seu futuro e para que o projeto se possa desenvolver.”

Em segundo lugar, Rivera abandona o cargo de deputado. “É tempo de dar tempo a outro deputado para que possa estar a 120% como estive”, afirmou, citando o ex-presidente dos EUA, Barack Obama: “Se para ganhar temos de dividir as pessoas, teremos um país ingovernável”. A terceira decisão de Albert Rivera é a de deixar a vida política. “Deixo a política, deixo a vida pública.”

“A vida é muito mais do que política. Acho que é hora de servir outras pessoas: os meus pais, a minha filha, a minha companheira, que tem estado ao meu lado, suportando tudo, os meus amigos…”

Já no Twitter, Albert Rivera deixou uma mensagem onde explica que acredita “num projeto coletivo, os sucessos pertencem a todos e os maus resultados são responsabilidade do líder”. “É por isso que me vou embora. Para mim, ser deputado tem sido um orgulho e uma honra, não uma folha de pagamento“, acrescentou.

(Em atualização)