Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Ciência / Ambiente Seguir Zimbabué prepara deslocação de 600 elefantes e outros animais devido à seca A seca no parque de Save Valley Conservancy está a afetar todas as populações de animais, por isso mesmo serão deslocados elefantes, leões, impalas e cães selvagens para parques menos congestionados. Agência Lusa Texto 12 Nov 2019, 16:13 i ▲No Zimbabué existem cerca de 85 mil elefantes, perdendo apenas para o Botsuana que tem mais de 130 mil DANIEL IRUNGU/EPA ▲No Zimbabué existem cerca de 85 mil elefantes, perdendo apenas para o Botsuana que tem mais de 130 mil DANIEL IRUNGU/EPA A agência de gestão das reservas naturais do Zimbabué anunciou esta terça-feira que planeia deslocar 600 elefantes e outros animais devido à prolongada seca que matou mais de uma centena destes mamíferos.O porta-voz da Autoridade de Gestão dos Parques Nacionais e Vida Selvagem do Zimbabué, Tinashe Farawo, revelou que 600 elefantes, dois grupos de leões, uma alcateia de cães selvagens, 50 búfalos, 40 girafas e duas mil impalas vão ser deslocados do Save Valley Conservancy, no sudeste, para parques menos congestionados. Farawo afirma que os animais estão a morrer e que a situação só melhorará quando chover. “Se as populações [de animais] ficarem sem supervisão, acabarão por ameaçar o ecossistema de que dependem para sobreviver”, alegou o porta-voz.No Zimbabué existem cerca de 85 mil elefantes, perdendo apenas para o Botsuana que tem mais de 130 mil. “Quase todos os animais estão a ser afetados”, continuou Tinashe Farawo, acrescentando que, ainda que “os elefantes sejam mais notados durante as patrulhas e os passeios, há espécies de pássaros seriamente afetadas, uma vez que só podem acasalar a certas altitudes, nas árvores, e essas árvores estão a ser destruídas por elefantes”.Muitos animais têm saído dos parques em direção a zonas habitadas, à procura de comida e água, provocando a morte de 33 pessoas este ano, de acordo com a agência que gere os parques. Grande parte do sul de África foi atingida pela pior seca das últimas duas décadas, o que para o Zimbabué significa a perda do cultivo de alimentos básicos como milho, deixando cerca de sete milhões de pessoas, aproximadamente metade do país, dependentes de ajuda alimentar.O Zimbabué afirma estar com dificuldades em lidar com o número de elefantes selvagens que têm chegado ao país e quer autorização para vender o marfim e poder exportar elefantes vivos de maneira a conseguir dinheiro para a conservação e aliviar a congestão dos parques afetados pela seca.Desde 2016, o país exportou 101 elefantes, principalmente para a China e para os Emirados Árabes Unidos, conseguindo mais de 3 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) por esforços de conservação, de acordo com a Autoridade de Gestão dos Parques Nacionais e Vida Selvagem do Zimbabué.