A expressão “emergência climática” foi considerada a palavra do ano para o Dicionário de Oxford, que define o termo como “uma situação em que são necessárias ações urgentes para reduzir ou atenuar as alterações climáticas e evitar danos ambientais potencialmente irreversíveis resultantes delas”. Ao fim dos primeiros nove meses do ano, o termo já tinha sido usado 100 vezes mais do que em 2018.

Segundo a página do Dicionário de Oxford, a palavra “climática” foi de longe a mais utilizada ao lado da palavra “emergência” — três vezes mais do que junto ao termo “saúde”, que até ao ano passado era a preferida, assim como “hospitalar” e “familiar”. Isso é “significativo”, acreditam os linguistas de Oxford, porque “indica uma mudança crescente na escolha do vocabulário das pessoas em 2019”.

Segundo o anúncio do dicionário — um dos mais respeitados do mundo — a maior utilização da expressão “emergência climática” transparece “uma intensificação consciente que desafia o uso aceite da linguagem para reformular a discussão sobre ‘a questão definidora do nosso tempo’ com uma nova gravidade e maior imediatismo”, pode ler-se na página.

A explicação do Dicionário de Oxford remete para um discurso de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, que em setembro do ano passado dirigiu-se aos líderes mundiais dizendo: “Eu pedi-vos aqui para soarem o alarme. As alterações climáticas são o assunto determinante do nosso tempo. E nós estamos num momento determinante”. Nesse mesmo discurso, Guterres acrescentou: “Falei da emergência que enfrentamos, os benefícios da ação e da viabilidade de uma transformação amiga do ambiente”.

“Emergência climática” leva assim a melhor numa lista de palavras candidatas muito direcionadas para o debate sobre o clima. As outras hipóteses eram “ação climática”, “crise climática”, “negação climática”, “eco-ansiedade”, “ecocídio”, “extinção”, “flight shame“, “aquecimento global”, “net zero” e “à base de plantas”. São estes os termos que “refletem o ethos, o sentimento e as preocupações do ano que finda” e que se podem estabelecer como “termos de significância cultural”, descreve o Dicionário de Oxford.

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