Está em “fase final” a avaliação que permitirá à Direção-Geral de Saúde (DGS) saber se as grávidas e as crianças podem consumir o atum-rabilho, utilizado normalmente fresco, como no sushi, com segurança, noticiou o Público. Espanha desaconselha estes grupos a consumir este e outros peixes desde 2011, mas em outubro alargou dos três para os 10 anos a idade abaixo do qual as crianças devem abster-se de usar estes alimentos. A União Europeia deixa tudo ao critério de cada país desde 2012, mas pede atenção aos grupos de risco.

A Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (Aecosan) desaconselha o consumo do espadarte, atum-rabilho (usado no sushi, mas não nos produtos enlatados), tubarão, cação e lúcio às grávidas, crianças abaixo dos 10 anos e mães a amamentar por causa da alta presença de mercúrio nestes peixes. É assim porque “as mulheres grávidas ou que planeiam ficar, assim como aquelas que amamentam bebés, constituem a população mais vulnerável ao mercúrio, que pode afetar o sistema nervoso central através do consumo direto, mas também a partir da placenta e do leite materno”, lê-se na página da Aecosan.

As novas diretivas espanholas surgem em resposta a “novas informações científicas”, justifica a Aecosan, que dizem que “as concentrações de mercúrio na população espanhola são mais elevadas do que as de outros países europeus”. Em vez dos peixes desaconselhados pela agência, grávidas, mães a amamentar e crianças devem preferir anchovas, lagostim, polvo, salmão, lulas ou truta, que podem consumir três a quatro vezes por semana. Mesmo acima dos 10 anos, as crianças devem consumir apenas 120 gramas dos peixes desaconselhados por mês até aos 14 anos.

Questionada pelo Público sobre quais são as regras aplicadas em Portugal, a DGS respondeu que “é esta a avaliação que estamos a fazer neste momento”: “Foi criado um grupo de trabalho que está a avaliar a exposição da população portuguesa a este contaminante, bem como a fazer uma avaliação de risco-benefício. Os trabalhos deste grupo já estão em fase final e resultarão em recomendações devidamente sustentadas e adaptadas à realidade de Portugal”, concluiu.

Esse grupo é composto pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP). São estas as instituições que vão cumprir o parecer da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFJA), que deixa ao cuidado de cada país a função de criar “medidas para minimizar a exposição ao mercúrio”, diz o documento citado pelo Público.

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