Um motor que queime combustíveis fósseis aproveita a energia contida num litro de gasolina, por exemplo, para gerar trabalho, ou seja, fazer girar o motor. E como há 46 MJ em cada litro de gasolina, pode dizer-se que cada litro da gasolina que usamos há quase uma centena de anos contém o equivalente a cerca de 13 kWh de energia eléctrica. Com base nestes valores, que são muito positivos para um motor de combustão, causa alguma surpresa que estes sejam menos eficientes do que os seus parentes eléctricos.

Um dos motivos para esta menor eficiência das unidades a gasolina ou a gasóleo tem a ver com próprio princípio de funcionamento, o que no caso dos motores de combustão envolve a explosão e queima do combustível fóssil, em que parte da energia é utilizada para empurrar o pistão, produzindo trabalho. Sucede que a maior parte da energia é desperdiçada, servindo apenas para produzir calor, que depois é necessário dissipar para não comprometer a fiabilidade da mecânica.

Num curioso vídeo da Fully Charged, Helen Czerski teve acesso a uma câmara térmica e com ela filmou um Nissan Leaf, eléctrico, e um Ford Focus turbodiesel, em representação dos modelos com motor de combustão. A câmara térmica, ou uma câmara de infravermelhos, regista as imagens de objectos que ficam tão mais vermelhos quanto mais elevada for a sua temperatura. Daí que as imagens do Leaf e do Focus permitam visualizar, facilmente, qual o veículo que desperdiça a maior quantidade de energia por calor.

É bom ter presente que a eficiência de um motor de combustão – aquela que faz deslocar o veículo – é de apenas 20% num motor vulgar, mas pode atingir 40% nas unidades mais eficientes. Contra estes valores, um motor eléctrico facilmente ultrapassa 90%, com as unidades mais recentes a superarem 95%. E a câmara térmica de Helen Czerski explica para onde vai a maior parte da energia que se perde.

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