O novo espetáculo de Marco Martins, “Perfil Perdido”, tem esta quinta-feira estreia absoluta na sala DasDas, na Turquia, no âmbito da 23.ª edição do Festival de Teatro de Istambul.

Neste trabalho, o cineasta de “Alice” e “S. Jorge” — que desenvolveu para palco o projeto “Provisional Figures — Great Yarmouth”, e também encenou “As Criadas”, de Jean Genet — parte da relação pai-filho para abordar questões como género, filiação, domesticidade, animalidade e humanidade. No final de 2020, “Perfil Perdido”, que é protagonizado por Beatriz Batarda e Romeu Rua, será apresentado em Lisboa, no Teatro Municipal S. Luiz, acrescentou fonte da produção.

A condição de ascendência e descendência, “entre muitos outros sentidos possíveis que o espetáculo gera a cada apresentação”, é a essência deste trabalho do criador nascido em Lisboa, em 1972, formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema, do Instituto Politécnico de Lisboa, em 1994.

À semelhança do projeto anterior, “Provisional Figures”, trabalhado e estreado com a comunidade migrante, na cidade pesqueira de Great Yarmouth, no Reino Unido, em 2018, “Perfil Perdido” é criado em palco, em estreita colaboração com os artistas e não é um espetáculo fechado. “Em constante mutação”, a peça inspira-se em textos de autores como Sophie Calle, Siri Hustvedt, Franz Kafka, Édouard Louis, Peter Kubelka, George Oppen, Richard Tuttle, Sylvia Plath, Philip Roth, Sófocles e William Shakespeare. “Perfil Perdido” cruza literatura, performance, dança, música ou ilusionismo, para criar um terreno imprevisível de reações, perspetivas e emoções, tanto no palco, como na plateia, sublinhou a produção à Lusa.

Os trabalhos de estúdio para “Perfil Perdido” iniciaram-se há cerca de um ano, durante o qual a equipa realizou residências artísticas, em locais como o Centro de Artes Performativas do Algarve (deVIR/CAPa), em Faro, no Cine-Teatro Louletano, em Loulé, no espaço CentQuatre, em Paris, e em O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo.

“Perfil Perdido” é uma criação da plataforma artística Arena Ensemble, fundada por Marco Martins e Beatriz Batarda, em 2007, estrutura em que os dois criadores conjugam os trajetos individuais ao mesmo tempo que procuram novas formas e linguagens teatrais e performativas.

O espetáculo é uma produção do S. Luiz Teatro Municipal, de Lisboa, do Teatro Nacional S. João, do Porto, do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e do Cine-Teatro Louletano.

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