O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, exortou esta quinta-feira o novo governo libanês a criar um projeto de reformas “tangíveis”.

“O teste para o novo governo do Líbano serão as suas ações e as reações face às necessidades e expectativas do povo libanês para implementar reformas e combater a corrupção”, refere Pompeo em comunicado.

Só um governo capaz de (…) realizar reformas reais e tangíveis poderá restaurar a confiança dos investidores e desbloquear o auxílio internacional ao Líbano”, acrescentou Pompeo.

O novo primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, advertiu esta quinta-feira que o país enfrenta “uma catástrofe” económica, sublinhando os “imensos desafios” que esperam a sua equipa após a primeira reunião do governo anunciado na terça-feira. Enfrentamos um impasse financeiro, económico e social”, reconheceu Diab, um universitário de 61 anos, depois de mais uma noite de violência em várias cidades libanesas.

Enfrentamos uma catástrofe e devemos aliviar o impacto e as repercussões deste desastre sobre os libaneses”, considerou Diab, sublinhando que “os desafios são imensos” e que “os libaneses estão cansados das promessas e de programas vazios”.

O novo chefe do governo libanês tinha prometido que o executivo faria todo o possível para responder às reivindicações do movimento de contestação, que pede uma revisão do sistema político e a demissão de uma classe política considerada incompetente e corrupta, nomeando um governo de “tecnocratas independentes”. Mas para os manifestantes, mobilizados desde 17 de outubro, os ministros continuam a ser personalidades ligadas à classe política criticada.

Os manifestantes conseguiram em 29 de outubro a demissão do anterior primeiro-ministro, Saad Hariri, que só agora foi substituído, tendo o Governo sido formado por um único campo político, o do poderoso movimento xiita Hezbollah pró-iraniano e dos seus aliados, maioritários no parlamento e que incluem a formação xiita Amal e a Corrente Patriótica Livre, fundada pelo presidente Michel Aoun.

O novo executivo tem uma tarefa titânica num país com uma dívida próxima dos 90 mil milhões de dólares (81 mil milhões de euros), mais de 150% do seu produto interno bruto.

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