Portugal tem registado avanços na defesa dos direitos da mulher, mas ainda há muito por fazer numa luta que não é exclusiva delas e deve envolver todos, disse esta quinta-feira em Caracas a embaixadora da União Europeia na Venezuela.

Portugal é um reflexo da realidade europeia. Há avanços, mas há ainda muito trabalho a fazer e há muito esforço que deve ser continuado de sensibilização, mas isto também tem que ser apropriado por todos nós. A luta pelos direitos das mulheres não é uma campanha exclusiva das mulheres, é algo que nos deve implicar a todos”, considerou a embaixadora.

Isabel Brilhante Pedrosa falava à agência Lusa, à margem de uma conferência de imprensa na qual foi apresentado o programa de atividades para assinalar o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Nesse dia terá lugar em Caracas um concerto para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

Sobre a situação da mulher no espaço europeu, a diplomata explicou que “melhorou significativamente”, mas que “o facto de haver essas melhorias não pode fazer esquecer nem ignorar as dificuldades que persistem e até em algumas situações, em alguns países, alguns retrocessos”.

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Portanto, é uma luta que continua e por isso a União Europeia está tão comprometida e coloca a igualdade de género como uma das suas prioridades, transversal aos seus distintos campos de intervenção”, frisou a portuguesa.

Sobre a mulher luso-venezuelana, explicou que não há distinção e que “faz parte da sociedade venezuelana, que tem registado alguns avanços, mas também continua a enfrentar muitas dificuldades.

Continua a ter que tentar alcançar o seu reconhecimento, o seu lugar na sociedade, no mercado de trabalho, conciliar a vida profissional e familiar e isso são combates que não são exclusivos da mulher luso-venezuelana, são combates da mulher na sociedade contemporânea”, disse Isabel Brilhante Pedrosa.

Genericamente, “há que assinalar que houve progressos e avanços significativos, mas lamentavelmente ainda não alcançamos a meta que seria o desejável: ter uma igualdade de género em termos de paridade de cargos públicos, de empoderamento da mulher em termos económicos, pois a verdade é que os avanços verificaram-se, mas não ao ritmo que desejaríamos”.

As mulheres e as jovens continuam a ser subvalorizadas, têm que trabalhar mais, provavelmente ganham menos, têm menos oportunidades de educação e de trabalho, portanto, há um grande caminho a percorrer”, defendeu.

Sobre o concerto musical, explicou que está a ser organizado pela Delegação da União Europeia na Venezuela, em conjunto com as embaixadas locais da Alemanha e da França.

O objetivo é justamente para aproveitar o Dia Internacional da Mulher, de março, para passar uma mensagem, fazer uma ação de sensibilização e tentar chegar a um público amplo e para isso pensamos combinar uma iniciativa o que é um talento venezuelano imenso no plano musical”, disse.

O concerto “é um projeto pioneiro e muito ambicioso”, dirigido pela diretora de orquestra Elisa Vegas e nele participarão mais de 80 integrantes da Orquestra Sinfónica Gran Mariscal de Ayacucho. Ana Maria Ragas dirigirá 180 membros de duas dezenas de grupos corais. Os solistas Ninosca Camacaro, Álvaro Carrillo e Júlio César Salazar interpretarão os cantos do Carmina Burana, uma obra do compositor europeu Carl Orff. Khristian Benítez interpretará o concerto de Piano N.º 2 de Camille Saint-Saënz.