O despiste de um piloto, este domingo, na rampa de Murça, distrito de Vila Real, que causou dois mortos e oito feridos, deveu-se a uma “falha técnica”, segundo a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) e a GNR.

Em conferência de imprensa, realizada na Câmara Municipal de Murça, o presidente da FPAK, Ni Amorim, disse que “o acelerador do automóvel colou, a viatura cruzou a linha de meta e seguiu em frente”.

O comandante da GNR de Murça, Teodoro Silvano, disse por seu lado que as primeiras perícias apontam para “falha técnica”, acrescentando que a viatura “terá bloqueado” e seguiu em frente abalroando os espectadores. A viatura foi apreendida pela GNR para futuras perícias.

Já o presidente da Câmara Municipal de Murça afirmou que “não houve falha dos mecanismos de segurança”, revelando que o município decretou três dias de luto, entre segunda e quarta-feira.

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Na conferência de imprensa, o autarca Mário Artur Lopes, referiu que as vítimas “se encontravam nas zonas de espetáculo, cumprindo assim os requisitos impostos pela segurança da prova”, acrescentando que a autarquia vai “enveredar todos os esforços para averiguar o que efetivamente aconteceu e acionar todos os mecanismos” possíveis.

O presidente da Câmara Municipal de Murça realçou que “a Rampa Porca de Murça é uma prova que acontece desde os anos 80, sem registo de incidentes”, sublinhando que o traçado “está homologado segundo as normas impostas pelas Federação Internacional do Automóvel e pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting”.

Mário Artur Lopes lamentou o acidente, enalteceu o “trabalho rápido e eficaz das equipas de emergência no socorro aos envolvidos” e lembrou que o Clube Aventura Minho “é um clube com vasta experiência na organização de todo o tipo de provas automobilísticas e especificamente em rampas”.

Não houve falha dos mecanismos de segurança, segundo informação dos organizadores”, afirmou o autarca.

Mário Artur Lopes deixou ainda uma “palavra de apoio” ao piloto envolvido no acidente (Luís Silva, de Famalicão) que se encontra “muito consternado com o que lhe aconteceu”.

A rampa de Murça é pontuável para o Campeonato de Portugal de Montanha.

Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Murça, Ricardo Inácio, os dois mortos são um homem e uma mulher, ambos de 55 anos e naturais de Murça, e um dos dois feridos graves é um bombeiro da corporação de Murça que estava a dar apoio à prova.

Todos os feridos foram transportados para o Hospital de Vila Real.

Uma testemunha ocular relatou à agência Lusa como o acidente aconteceu: “Estava a assistir à rampa, em direto com uns amigos no Facebook, quando o carro entra na reta de meta e poucos metros à frente bloqueiam as rodas e começa a derrapar. Foi embater contra os railes. Projetou várias pessoas e viveram-se momentos de pânico, com toda a gente aflita”.

Anteriormente, o Comando Distrital de Operações de Socorro de Vila Real disse à Lusa que o acidente aconteceu por volta das 16:15, quando o carro de um piloto que participava na rampa de Murça, distrito de Vila Real, “saiu da estrada e atropelou vários espetadores”.

No local estiveram 23 homens das corporações de Murça e de Alijó e oito veículos, entre eles duas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, um helicóptero do Instituto de Nacional de Emergência Médica (INEM) e foi acionada uma equipa de psicólogos do INEM.