A situação está a descontrolar-se na província de Cabo Delgado, em Moçambique. “A população está abandonada à sua sorte. Vivem-se momentos de terror, o clima de medo é geral. Se não houver ajuda externa não vamos resolver esta situação”, queixa-se o bispo de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, D. Luís Fernando, ao telefone com o Observador a partir da região. “Tivemos uma jovem senhora que apareceu aqui, fugindo dos ataques, com 12 crianças. Só duas das crianças são dela, as outras encontrou-as no mato a fugir dos ataques — e trouxe-as consigo”, exemplifica o bispo.

Há mais de dois anos que grupos armados, sobre os quais ainda pouco se sabe, têm semeado o terror na província de Cabo Delgado, em Moçambique. Desde 2017, pelo menos 350 pessoas morreram e mais de 150.000 foram afetadas pelos conflitos armados, tendo perdido bens e sido obrigadas a abandonar as suas casas — os dados são avançados pela Amnistia Internacional, mas há relatos locais que apontem para mais de 500 vítimas mortais. A estação Al Jazeera, citando dados da ONU, refere mesmo que pelo menos 100 mil pessoas já foram “deslocadas” das suas casas devido aos ataques.

Fotografia de uma loja em Mocimboa da Praia, tirada há duas semanas e meia, a 7 de março (@ ADRIEN BARBIER/AFP via Getty Images)

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