Com o passar do tempo e, com dados cedidos pela China, as autoridades de saúde vão tendo cada vez mais informação sobre a forma como o vírus se transmite, quanto dura o período de incubação e quanto pode demorar cura. A maior parte das pessoas tem os 14 dias como o número mágico na cabeça, mas de acordo com um relatório técnico do Ministério de Saúde espanhol de 26 de março, revelado na quinta-feira pelo jornal El Confidencial, o tempo médio de incubação é da doença é de cinco a seis dias.

No caso dos doentes menos graves, o pico da carga viral ocorre também nos primeiros 5 a 6 dias após o início dos sintos e desparece ao décimo dia. Embora ainda seja detetado o vírus ao décimo dia, segundo se lê nesse documento, “a carga viral 100 a 1000 vezes menor, o que sugere uma menor taxa de transmissão nesse momento”.

O tempo que vai desde o início dos sintomas até o doente recuperar varia acordo com a gravidade: se a infeção for leve a recuperação dura duas semanas, se for grave pode levar entre três a seis semanas. Estes tempos justificam o porquê de ser necessário tanto tempo até aumentarem o número de recuperados e vão ao encontro do que tinha dito o subdiretor-geral de Saúde, Diogo Cruz, que a 31 de março tinha alertado que há casos em que a recuperação pode demorar um mês.

Já o tempo que demora entre os primeiros sintomas e os sintomas mais graves, como a falta de ar, é de uma semana, que, por sua vez, ocorre entre duas a oito semanas antes da morte do paciente quando a doença tem o desfecho mais trágico.

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Curados ficam imunizados?

Os estudos ainda não são absolutamente conclusivos, mas vários estudos apontam para que os doentes que vencem a Covid-19 desenvolvam anti-corpos contra a doença. Isso pode ser um sinal de que será possível desenvolver uma vacina eficaz. O El Confidencial refere um estudo de autoridades chineses, feito em macacos, que mostraram que os esses animais ficaram imunizados após recuperarem do vírus que lhes foi induzido.

O jornal espanhol fala ainda em outros dois estudos — ainda não validados por revistas científicas — que apontam para a imunidade nos humanos. Um deles, que tem por base 12 casos, constatou que os recuperados desenvolveram “altos níveis de anti-corpos” que neutralizam o vírus e um outro assegura que, numa amostra de 285 doentes, 100% desenvolveram as defesas necessárias para ficarem imunes à doença 20 dias após os primeiros sintomas.