A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou esta quarta-feira a criação de um fundo de apoio ao futebol e futsal não-profissionais no valor de 4,7 milhões de euros (ME), para ajudar a minimizar os efeitos da pandemia de Covid-19.

A direção da FPF decidiu criar um fundo de apoio às associações e aos clubes de futebol e futsal das competições nacionais não-profissionais de seniores masculinos e femininos, no valor de 4,7 milhões de euros”, refere a FPF em comunicado, após reunião, “por teleconferência, com as associações distritais e regionais”.

A FPF anunciou esta quarta-feira o cancelamento dos campeonatos seniores não profissionais de futebol e futsal da época 2019/20, já depois de ter sido também decretado, em 27 de março, o final dos campeonatos de futebol e futsal dos escalões de formação. Este fundo de apoio soma-se “à linha de crédito de um milhão de euros que a FPF abriu em 19 de março, também destinada aos clubes não profissionais de futebol e de futsal”, sendo que “as regras de acesso ao fundo serão conhecidas em breve”.

O objetivo da iniciativa é garantir que os clubes cumprem com os compromissos estabelecidos para esta época com jogadores e treinadores”, salientou a FPF, acrescentando que vai igualmente “reforçar a sua participação no Fundo de Garantia Salarial” e manterá com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e a Associação Nacional de Treinadores de Futebol monitorização permanente da situação dos jogadores que competem nas provas nacionais não-profissionais seniores e dos treinadores que exercem atividade nestas competições”.

O presidente da FPF, Fernando Gomes, considerou que a FPF tem o “dever e obrigação estatutárias de ajudar” associações e clubes. “Fazemo-lo com a clara consciência de que não resolveremos todos os problemas que enfrentamos, mas também dando um claro sinal de que esta é uma batalha que travaremos em conjunto e de que é urgente cumprir os compromissos com treinadores e jogadores”, afirmou Fernando Gomes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, referiu que “a decisão do cancelamento da competição era inevitável”, perante o problema de saúde pública que o mundo está a enfrentar, sublinhando que a situação financeira de vários clubes “é muito grave” e que “a prioridade devem ser os jogadores, as equipas técnicas e os funcionários”.

Da mesma forma, o presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), José Pereira, referiu que o fundo criado pela FPF “salvaguarda alguns clubes, que terão mais dificuldades em cumprir as suas obrigações” e, por conseguinte, “também todos os seus funcionários, incluindo treinadores”.

Os campeonatos seniores não profissionais de futebol e futsal da época 2019/20 foram hoje cancelados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), devido à pandemia de Covid-19, sendo que o organismo anunciou “dar por concluídas, sem vencedores, todas as suas competições seniores que se encontram nesta data suspensas, não sendo atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas”.

As competições profissionais, I Liga e II Liga, continuam suspensas, após 24 das 34 jornadas, bem como a Taça de Portugal, que tem Benfica e FC Porto como finalistas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil. Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia. O continente europeu é, neste momento, o mais atingido, com mais de 750 mil infetados e mais de 58 mil mortos.

Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 0h de 19 de março e até às 23h59 de 17 de abril, registaram-se 380 mortes (mais 35 do que na véspera) e 13.141 casos de infeções confirmadas (mais 699), segundo o balanço feito esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde.