“Vago”, “confuso” ou “divisivo” — é assim que está a ser classificado o discurso de Boris Johnson, o primeiro-ministro do Reino Unido, que anunciou o início de medidas de desconfinamento no país, como relatavam media britânicos, como o The Guardian ou o The Telegraph. Estas notícias surgem depois de os britânicos começarem a voltar ao trabalho e encherem carruagens de metro.

Esta fase um do regresso do desconfinamento dos britânicos levou o presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, a apelar aos londrinos: “O confinamento não foi suspenso e ainda precisamos todos de fazer nossa parte para impedir a expansão do # COVID19”, escreveu no Twitter. O político deixou ainda um comunicado a apelar para que não se utilizem os transportes públicos.

Este domingo, apesar de ter dito que o país continua “em alerta”, Boris Johnson instou os britânicos a regressarem ao trabalho esta segunda-feira. Contudo, Dominic Raab, secretário para Assuntos Externos que substituiu Johnson na liderança do Executivo quando o primeiro-ministro foi hospitalizado com covid-19, afirmou que, afinal, o início do desconfinamento começa na quarta-feira. De acordo com o Telegraph, esta confusão nas datas fez com que esta segunda-feira o movimento para a entrada na capital do Reino Unido fosse 20% superior ao da semana passada.

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As novas regras para os britânicos têm, por isso, criado dúvidas. Raab clarificou algumas das medidas, como a necessidade de haver dois metros de distanciamento entre as pessoas, dizendo ao mesmo tempo que se pode sair para passear. Por causa disso, a oposição está a acusar Downing Street de não passar uma mensagem clara.

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Uma carruagem de metro na manhã desta segunda-feira em Londres.

Mesmo com medidas “confusas”, os britânicos começaram a retornar aos locais de trabalho esta segunda-feira havendo também relatos do cumprimento do distanciamento social durante a comutação. Esta segunda-feira à tarde, o primeiro-ministro do país vai ao Parlamento apresentar um plano para a reabertura da economia que assenta na nova mensagem de “estar-se alerta” em vez de se incentivar o “ficar em casa.”