A procuradora-geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, disse esta quarta-feira no parlamento que 60 arguidos ficaram em prisão preventiva em 2019 acusadas de envolvimento nos ataques armados na província de Cabo Delgado, norte do país.

Beatriz Buchili divulgou os dados na informação anual da Procuradoria-Geral da República que prestou esta quarta-feira na Assembleia da República, em cumprimento de um imperativo da Constituição moçambicana. “No período em análise [2019], registámos 28 processos, com um total de 60 arguidos em prisão preventiva”, referiu.

Em 2018, tinham sido abertos 19 processos em relação aos ataques armados na província de Cabo Delgado. Do número de arguidos que ficaram em prisão preventiva em 2019, 50 são moçambicanos, seis da Tanzânia, dois da Somália e igual número do Quénia. No mesmo período, foi deduzida acusação em 23 processos e cinco processos encontram-se em instrução preparatória. Beatriz Buchili não fez referência ao desfecho dos processos abertos, nomeadamente o número de condenados ou absolvidos.

Ainda sobre a violência armada em Cabo Delgado, a procuradora-geral da República considerou urgente que o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) seja dotado de equipamentos sofisticados e de conhecimentos técnico-operativos à altura da criminalidade na província.

Cabo Delgado, região onde avançam megaprojetos para a extração de gás natural, vê-se a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista e que já provocaram a morte de, pelo menos, 550 pessoas em dois anos e meio.

As autoridades moçambicanas contabilizam 162 mil afetados pela violência armada na província.

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