A Sonae MC negou esta quinta-feira que as suas instalações na Azambuja, no distrito de Lisboa, sejam um foco de contágio de Covid-19 e frisou que a maioria dos colaboradores infetados contraíram a doença fora do ambiente de trabalho.

“Tal como a Direção-Geral da Saúde (DGS) já atestou por várias vezes em visitas ao local, reiteramos que o Centro de Distribuição da Azambuja não é, neste momento, uma zona de risco, não é um foco de infeção e não é um foco de contágios“, frisou o administrador da Sonae MC, Miguel Águas.

O responsável falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa que ocorreu esta quinta-feira à tarde num dos armazéns daquela empresa, que abastece os supermercados do grupo Sonae de Coimbra ao Algarve.

Num espaço cheio de avisos e de recomendações por causa da Covid-19, Miguel Águas disse aos jornalistas que, dos 833 colaboradores daquela empresa, 175 testaram positivo para a Covid-19, estando “na sua maioria assintomáticos ou com sintomatologia ligeira”. Além desses casos positivos, estão também em casa outros 100 trabalhadores porque tiveram contacto com os infetados.

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Dos trabalhadores que testaram positivo, apenas um está hospitalizado, “na enfermaria” e em situação “estável”, tendo ficado internado “por prevenção porque é uma pessoa que, apesar de jovem, tem algum fator de risco”, explicou.

Segundo o administrador, nesse grupo de trabalhadores infetados estão funcionários da Sonae MC, funcionários de empresas de trabalho temporário e algumas pessoas de empresas que prestam serviço à Sonae MC, nomeadamente de limpeza e segurança. “A grande maioria dos casos totais identificados tiveram uma caracterização que aponta para que essas infeções tenham ocorrido fora daqui”, referiu Miguel Águas.

“De acordo com DGS, não foram casos de contágio aqui dentro das nossas instalações de trabalho“, acrescentou.

Questionado sobre o plano de testes que a Sonae levou a cabo, o administrador afirmou que “foi sempre articulado com a DGS” e frisou que nunca esteve em causa o encerramento daquelas instalações.

“Não vemos nenhuma razão para uma medida dessa natureza. Foi um local considerado de baixo risco, não é um foco de contágio, não é uma zona de infeções, todas as pessoas que estão aqui a laborar têm testes recentes negativos. Não encontramos qualquer motivo para que isso aconteça e em momento nenhum isso foi um cenário”, afirmou.

Miguel Águas rejeitou também a realização de “testes generalizados” ao universo de cerca de três mil trabalhadores que diariamente frequentam as empresas do grupo Sonae na Azambuja, porque “não há qualquer indicação da DGS” nesse sentido, pelo que tal não “parece que seja necessário”.

O administrador disse ainda que, nos últimos três meses, a Sonae MC investiu mais de 20 milhões de euros em medidas de prevenção contra a Covid-19, destacando o desfasamento dos horários de turnos para evitar concentração de trabalhadores, o uso obrigatório de máscaras e a disponibilização de doseadores de gel desinfetante, viseiras de proteção e luvas.

Foi ainda instituída a verificação automática, por câmara, de temperatura a todas a pessoas à entrada do entreposto, o reforço da segurança, higiene e limpeza dos locais de trabalho, das zonas sociais, bem como a desinfeção de todos os veículos de transporte de mercadorias, e foi duplicado o serviço de autocarros da empresa, “por forma a que nenhum colaborador do entreposto tenha necessidade de utilizar o comboio”.

Além disso, foi implementado o teletrabalho sempre que possível e foram identificados os colaboradores que fazem parte de grupos de riscos, que estão em casa preventivamente.