Um alto responsável da plataforma digital Twitter não excluiu a suspensão da conta da Donald Trump caso o Presidente norte-americano prossiga a publicação de mensagens incendiárias que transgridam as regras daquela rede social.

Com 81,7 milhões de subscritores, a conta @realDonaldTrump inclui-se entre as dez mais seguidas no Twitter. Mas o dirigente norte-americano está em conflito com a rede social, que assinalou dois dos seus ‘tweets’ sobre o voto por correspondência e colocou a menção “verificar os factos”.

De seguida, o Twitter retirou uma mensagem do Presidente norte-americano por violação das regras da rede social por “apologia da violência”.

“Quando começam as pilhagens, começam os tiros”, declarou Donald Trump num ‘tweet’ divulgado no contexto dos confrontos entre manifestantes e a polícia que eclodiram em dezenas de cidades norte-americanas após a morte, em 25 de maio, do afro-americano George Floyd, 46 anos, asfixiado em Minneapolis por um polícia branco.

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O diretor de estratégia política pública do Twitter, Nick Pickles, declarou esta quinta-feira durante uma audição parlamentar no Reino Unido, que os ‘tweets’ de Donald Trump são examinados da mesma forma que os provenientes de outras contas verificadas.

“Cada vez que o ‘tweet’ de um utilizador é publicado e nos é assinalado, examinamo-lo de acordo com as nossas regras”, declarou Pickles no decurso de uma audição virtual no comité parlamentar responsável pelo numérico. “Se um utilizador no Twitter continuar a infringir as nossas regras, continuaremos a manter as discussões sobre todas as possibilidades que se nos oferecem”, acrescentou.

Os deputados perguntaram por duas vezes a Pickles se isso significava que a conta do Presidente norte-americano poderia ser suspensa caso prossiga a violação das regras. “Cada conta Twitter está submetida às regras do Twitter”, respondeu.

A Snapchat, uma rede social muito utilizada por jovens, juntou-se ao Twitter ao anunciar na quarta-feira que vai deixar de promover as mensagens do Presidente norte-americano para atenuar o eco das mensagens que “incitam à violência racial”.

Pelo contrário, o Facebook, a primeira rede social do mundo, decidiu não assinalar ou censurar de qualquer forma as mensagens do Presidente dos EUA, suscitando o descontentamento de diversos trabalhadores da plataforma e que participaram numa greve em linha.