As autoridades moçambicanas apreenderam um total de 13 camiões transportando madeira em Dondo, na província de Sofala, centro do país, anunciou esta quarta-feira fonte oficial.

“A quantidade de madeira escrita nos documentos não é a que eles realmente transportavam nos camiões”, declarou José Ncuinda, chefe da fiscalização do sector de Florestas e Fauna Bravia na província de Sofala.

A madeira foi apreendida nos últimos três dias, no âmbito de uma operação de fiscalização do Ministério da Terra e Ambiente, que visa evitar o contrabando e abate ilegal de madeira no país.

Segundo as autoridades, a madeira, cujas espécies são chacate preto, sândalo e monzo, é proveniente de florestas das províncias de Sofala, Zambézia e Manica.

“Foram aplicadas multas que correspondem a um valor acima de 900 mil meticais (11 mil euros) pelas transgressões”, declarou José Ncuinda.

“Continuaremos a contar com as denúncias da população contra os furtivos e continuaremos nas estradas a fiscalizar as rotas de contrabando de madeira para se fazer cumprir a lei”, concluiu.

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No final do mês passado, as autoridades moçambicanas apreenderam 50 contentores de madeira numa empresa chinesa por suspeitas de exportação ilegal também no distrito de Dondo.

Vários relatórios nacionais e internacionais têm indicado que Moçambique está a ser palco de crimes ambientais, principalmente o corte ilegal de árvores, alertando para as consequências dos altos níveis de desflorestação.

Como forma de diminuir a pressão sobre os recursos florestais, algumas medidas restritivas foram aplicadas nos últimos cinco anos para inverter o cenário.

Em 2018, o Governo moçambicano emitiu novas regras para a exploração e exportação de madeira, para travar o abate desenfreado de espécies nativas.

Em abril deste ano, o Governo moçambicano anunciou a suspensão da emissão de licença para exploração de madeira por dois anos, como forma de diminuir a pressão sobre as florestas do país.

Dados oficiais indicam que Moçambique perde anualmente, pelo menos, 140 milhões de euros devido ao contrabando de madeira.