O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, homenageou os militares dos três ramos das Forças Armadas que participaram no combate à pandemia de Covid-19 desde março, pela forma como “enfrentaram este inimigo novo e invisível”.

A cerimónia, adaptada às regras de distanciamento físico, decorreu na sala da cisterna do Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, Lisboa, onde receberam a medalha da Defesa Nacional os quatro chefes militares, almirante Silva Ribeiro, Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Mendes Calado (Armada), general Nunes da Fonseca (Exército) e general Nunes Borrego (Força Aérea).

Os restantes 36 militares, com postos de oficial a soldado, e devido às regras quanto à pandemia, irão receber as suas medalhas em cerimónias posteriormente.

Na cerimónia, o ministro elogiou o esforço dos militares durante as fases mais difíceis do surto do novo coronavírus, dando alguns exemplos do que foi feito, desde a produção de gel desinfetante no Laboratório Militar ao pessoal médico na linha da frente.

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Sendo “inúmeros os militares, de cada um dos ramos que deram o seu contributo”, a quem não podia “agradecer hoje individualmente”, Gomes Cravinho afirmou que ao agraciar o CEMGFA e os chefes dos ramos, estava a homenagear “também todos os que servem sob as suas ordens”.

Deixo bem vincado o meu reconhecimento público a todos os homens e mulheres, oficiais, sargentos e praças das nossas Forças Armadas que, encarnando os valores do dever e do serviço, se destacaram na forma como enfrentaram este inimigo novo e invisível”, afirmou João Gomes Cravinho.

A todos o ministro quis homenagear, dos que “montaram camas de campanha, aos que recuperaram computadores, aos que descontaminaram escolas e lares, aos que deram formação, aos que apoiaram as entidades de coordenação regional, as autarquias e outras organizações da sociedade” civil.

Melhorar resposta militar a emergências é prioridade de presidência portuguesa da UE

O ministro da Defesa Nacional definiu esta quinta-feira “a melhoria do contributo militar para a resposta a emergências complexas” como uma das prioridades da presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021.

O ministro alertou que “este tipo de emergências”, como a do surto do novo coronavírus, que paralisou parcialmente Portugal e a Europa, “poderão vir a ser mais frequentes no futuro, nomeadamente por via dos riscos resultantes das alterações climáticas, ou das transformações na biotecnologia ou no ciber-espaço”.

As soluções não podem, “no futuro, ser soluções meramente nacionais” e Portugal, segundo o ministro, “teve um papel pioneiro no quadro da NATO e da União Europeia na troca regular de lições aprendidas entre aliados no combate à Covid-19”.

Daí que, afirmou, “a melhoria do contributo militar para a resposta a emergências complexas, assim como a sua melhor coordenação a nível europeu será uma das prioridades da presidência portuguesa da UE, que se iniciará a 1 de janeiro de 2021″.

Isto exige-nos grande capacidade de adaptação e inovação — duas qualidades evidenciadas por todas e todos os que hoje aqui honramos”, concluiu.

A “segunda lição” da pandemia, que “ainda não acabou”, é que os “gastos em Defesa pelo Estado português, ou seja, pelos contribuintes, não devem ser entendidos como uma despesa, mas antes como um investimento em meios e capacidades vitais para proteger os portugueses de todo o tipo de ameaças e riscos, como esta pandemia veio demonstrar”.

A pandemia de Covid-19 já provocou quase 449 mil mortos e infetou mais de 8,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.