A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) alertou esta quarta-feira para a existência de documentos forjados que pretendem autorizar, indevidamente, a exportação de artefactos culturais de países africanos.

A UNESCO tem recebido “numerosas” denúncias de fraude e tráfico de propriedade cultural africana, que consiste na criação forjada de documentos com o nome e logótipo da organização mundial, por vezes até incluindo cartões de negócio com nomes de seus trabalhadores.

“A maioria das vítimas desta fraude reside em França, muitas têm laços com países africanos de língua francesa e acreditam que estão familiarizadas com as práticas locais. O dano cumulativo está estimado em mais de um milhão de euros. A UNESCO está a considerar ação legal para pôr fim a estas fraudes”, pode ler-se num comunicado da organização.

A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, afirmou, citada no mesmo comunicado, que o “tráfico ilícito de propriedade cultural é um flagelo global lucrativo, na maioria dos casos ligado a outras formas de crime organizado, incluindo o financiamento de terrorismo”.

“Não é algo apenas propagado em África, cuja herança cultural tem sido há muito vítima de pilhagem e destruição, mas ‘explodiu’ recentemente no Médio Oriente, em ligação com os conflitos no Iraque e na Síria. Também tem crescido na Internet, onde rastrear a origem e os intermediários é difícil”, acrescentou o diretor-geral adjunto para a Cultura, Ernesto Ottone Ramirez.

A UNESCO está a celebrar o 50.º aniversário da convenção para combater o tráfico ilícito de propriedade cultural.

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