A farmacêutica espanhola PharmaMar diz ter um medicamento mais eficaz que o Remdesivir, fármaco que tem sido usado contra a Covid-19, depois de concluído um estudo realizado pelo laboratório sul-coreano Boryung Pharmaceutical, parceiro da PharmaMar.

Segundo avançou a farmacêutica, a plitidepsina, um composto químico conhecido como Aplidin, mostrou um resultado antiviral entre 2.400 e 2.800 vezes superior ao Remdesivir no modelo de célula “Vero” (uma célula renal de macaco) e uma atividade 80 vezes superior no modelo de células “Calu-3” (célula pulmonar humana).

Com estes dados, a Pharmamar espera conseguir “uma redução da progressão da doença nos pacientes hospitalizados com pneumonia derivada da Covid-19, assim como o alívio nos sintomas provocados pela pandemia”. O laboratório Boryung Pharmaceutical avançou que vai iniciar os ensaios clínicos com este composto na Coreia do Sul no terceiro trimestre de 2020. “Voltar à normalidade é o mais importante para nós neste momento de crise”, avançou o laboratório.

Em abril de 2020, a PharmaMar começou os ensaios clínicos de APLICOV-PC com plitidepsina para o tratamento de pacientes com Covid-19 em Espanha. Segundo a PharmaMar, em 2016, a farmacêutica e o laboratório sul-coreano fizeram um acordo de licença para comercializar a plitidepsina na Coreia do Sul. Este composto químico é normalmente utilizado para o tratamento do mieloma múltiplo, um tipo de cancro que afeta com maior frequência a medula óssea.

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Depois de anunciado o novo medicamento, ações da empresa tiveram a maior subida do dia na bolsa espanhola

A subida das ações da PharmaMar (13,6%), que foi líder esta sexta-feira na bolsa espanhola após o anúncio de um novo medicamento para a Covid-19, levou ao nascimento de suspeitas de que a empresa teria feito este anúncio para fazer subir o preço das suas ações no mercado. Antes da subida desta sexta-feira no mercado, foram negociadas 221.807 ações, número muito próximo ao que a mulher comprou na terça-feira passada.

Segundo o El Español, na terça-feira passada, a mulher do presidente da PharmaMar comprou 573.008€ em ações  no mercado a 2,5 euros cada. No total, comprou 229.203 ações que, se tivessem sido vendidas após a notícia divulgada, teriam registado ganhos de 1.3 milhões de euros.

De acordo com aquele jornal espanhol, existem suspeitas de que alegadamente o anúncio terá sido uma manobra por parte da empresa para aumentar o valor das ações e para, mais tarde, potenciar as vendas a valores mais baixos.