A Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, lembrou esta segunda-feira que pode ter o melhor dispositivo de combate aos fogos, mas que não consegue “ter um bombeiro atrás de cada português”. Por isso, apela a todos que adaptem o seu comportamento às condições meteorológicas e ao espaço que não façam fogo junto aos espaços florestais.

O apelo foi feito esta tarde durante a conferência de imprensa sobre o fogo que lavra há 48 horas em Oleiros, o maior incêndio deste que Patrícia Gaspar chegou ao Governo. Ela que em 2017, por altura dos grandes incêndios, era Adjunta de Operações no Comando Nacional de Operações de Socorro.

A governante lamentou a morte do bombeiro Diogo Dias, que perdeu a vida num acidente do carro de serviço a caminho do combte ao fogo, logo no primeiro dia do fogo. Ainda assim, salientou, os restantes meios no local — que chegaram a ser 800 — mantiveram-se no combate. “E foi a melhor honra que puderam prestar ao seu camarada foi terem-se mantido firmes e convictos da missão que desempenharam cabalmente ate ao fim”, afirmou.

Patrícia Gaspar lembrou que ao longo do fim de semana, todas as avaliações de risco que foram sendo feitas ao avançar do fogo e todas as mensagens da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil foram mostrando que estavam perante um “potencial um enorme de um incêndio de grandes dimensões de uma enorme complexidade”. Até agora já consumiu 6 mil hectares.

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“Podemos ter o melhor dispositivo deste mundo, mas eu não consigo ter um bombeiro atrás de cada português”, disse.

A governante aproveitou para lembrar que grande parte das ocorrências “eram todas elas evitáveis”, por isso apelou a todos que adequem o seu comportamento “à época do ano em que estão e ao espaço geográfico em que se encontram”. “Não é tolerável o uso do fogo junto dos espaços florestais”, lembrou.

Perímetro do fogo dominado em Oleiros. Área ardida ronda os seis mil hectares

Também o comandante Pedro Nunes alertou para o facto de não deverem ser feitas queimadas ou usado determinado material agrícola, como as moto serras, os tratores agrícolas com grades, exemplificou. “Não é tolerável termos focos de incêndios provocados pela negligência do comportamento humano”, explicou, lembrando que qualquer ignição pode ter graves consequências.

O fogo que deflagrou sábado em Oleiros, e onde um bombeiro perdeu a vida, ficou dominado esta manhã de segunda-feira. Ainda assim “não baixámos a guarda”, avisou. Apesar de haver uma redução dos 800 efetivos no local, há ainda uma zona nos concelhos de Oleiros e Proença a Nova que preocupa os bombeiros. Aliás, se o fogo reativar poderá por mesmo algumas aldeias em perigo: são elas Vale da Cuba, Ribeiro da Isna, Isna, Corgas e Pedintal, alertou a Proteção Civil.