Dirigentes do Chega reuniram-se com as autoridades policiais visando garantir as condições para que a concentração que vão promover no domingo, em Lisboa, decorra em segurança, anunciou o partido, apelando a “todos que respeitem”.

Segundo comunicado da direção nacional do Chega, o partido “já comunicou e reuniu com as várias autoridades intervenientes, nomeadamente com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, para garantir que todo o evento decorrerá em condições de máxima segurança”.

Apelamos a todos que respeitem a manifestação de domingo, mesmo que discordem radicalmente dos seus fundamentos, tal como nós respeitaremos as manifestações que decorrerão hoje e amanhã [sábado] em vários pontos do país”, continua o texto sobre o evento que decorre sob os lemas: “Portugal não é racista” e “Contra a corrupção, racismo é distração”.

Em declarações à Agência Lusa, o líder demissionário do Chega, André Ventura, adiantou que, antes da concentração na Praça do Município, às 17h30, haverá uma “marcha lenta pelas ruas da baixa de Lisboa”, passagem pela praça da Figueira e término com intervenções públicas”, novamente no largo fronteiro à Câmara Municipal de Lisboa, a fim de haver “maior interação com os cidadãos”.

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Esta concentração foi convocada depois do anúncio de várias manifestações antirracistas em Lisboa, Porto, Braga e Beja, homenageando o ator português Bruno Candé, assassinado a tiro no sábado passado, em plena rua de Moscavide.

Essas manifestações são organizadas pela família do ator, de origem guineense e portuguesa, grupos antirracistas como SOS Racismo, Movimento Negro, Afrolis, Djass, Consciência Negra, Femafro ou Aurora Negra.

Em comunicado divulgado no sábado, a família do ator, de 39 anos, referiu que “o seu assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas”.

Representantes de partidos políticos, como o BE, o Livre ou o Movimento Alternativa Socialista, por exemplo, deverão também marcar presença nas concentrações antirracistas assim como a Frente Unitária Antifascista.

O Chega já protagonizou uma marcha que designou de “Portugal não é racista”, em 27 de junho, entre a praça do Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço, juntando cerca de mil pessoas, no final, e na qual se ouviram gritos de: “Portugal, Portugal”, “Polícia quer respeito” ou “Políticos elitistas, Portugal não é racista”.

HPG // SF

Lusa/Fim