A bolsa nova-iorquina encerrou esta segunda-feira em ordem dispersa, com os investidores sob efeito das ordens executivas assinadas pelo presidente norte-americano, durante o fim de semana, e a acompanharem a escalada da tensão entre a China e os EUA.

Os resultados definitivos indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 1,30%, para os 27.791,44 pontos, e o alargado S&P500 avançou 0,27%, para as 3.360,47 unidades, ficando a menos de 30 pontos do seu máximo histórico. Ao contrário, o tecnológico Nasdaq recuou 0,39%, para os 10.968,36 pontos.

Segundo Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, os investidores “estão à espera que a recuperação económica se acelere”, graças às ajudas da Reserva Federal e do Governo federal.

No sábado, Donald Trump assinou quatro ordens executivas, que preveem um congelamento dos impostos sobre os salários, uma verba suplementar de 400 dólares semanais para os desempregados, proteção dos inquilinos ameaçados de despejo e um adiamento do reembolso dos empréstimos aos estudantes.

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Estas decisões, tomadas a menos de três meses das eleições presidenciais, arriscam-se a ser contestadas na justiça, uma vez que é ao Congresso que a Constituição atribui a maior parte das decisões orçamentais do país.

A Casa Branca e os democratas podem regressar à mesa das negociações para procurarem um acordo sobre estas novas medidas.

Em todo o caso, os decretos de Trump aproveitaram esta segunda-feira na bolsa aos valores cíclicos — como Nike (3,49%), Boeing (5,52%) e Caterpillar (5,26%), todos membros do Dow Jones –, à custa dos grandes nomes tecnológicos, como Amazon (-0,61%), Netflix (-2,29%) ou Facebook (-2,03%).

Por outro lado, o aumento da tensão entre Washington e Pequim teve a atenção dos investidores.

A China anunciou sanções contra 11 figuras norte-americanas, como os senadores Marco Rubio e Ted Cruz, como represálias por medidas similares dos EUA contra dirigentes chineses, acusados de atacar a autonomia de Hong Kong.

O tom tinha subido na semana passada, com a ameaça feita por Trump de proibir nos EUA as populares aplicações móveis chinesas TikTok e WeChat, o que tinha suscitado o receio de represálias de Pequim contra as empresas tecnológicas dos EUA.