Cerca de 200 apoiantes da oposição na Bielorrússia reuniram-se esta terça-feira diante da prisão onde está detido o marido da líder oposicionista Svetlana Tikhanovskaya, neste que é o décimo dia de protestos contra os resultados das presidenciais de 9 de agosto.

Quase 200 pessoas reuniram-se nesta manhã de terça-feira em frente ao centro de detenção nº 1 em Minsk, para felicitar o opositor pelo seu aniversário de 42 anos e exigir a sua libertação.

Segurando flores e balões vermelho e branco (cores da oposição), os manifestantes cantaram “feliz aniversário” e aplaudiram, segundo jornalistas da agência de notícias AFP no local.

Sergei Tikhanovsky está detido desde 29 de maio.

Tikhanovsky, que é uma proeminente personalidade na rede social Youtube, candidatou-se às eleições presidenciais e fez campanha contra o atual chefe de Estado, Alexander Lukashenko, antes de ser detido e depois substituído pela sua mulher.

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O marido de Svetlana Tikhanovskaya é acusado de “perturbar a ordem pública” e pode ser condenado a vários anos de prisão.

Svetlana Tikhanovskaya exilou-se na Lituânia e, na segunda-feira, anunciou que está preparada para dirigir a Bielorrússia e realizar novas eleições.

A oposicionista disse na segunda-feira que estava pronta para “assumir as suas responsabilidades”. Para o efeito, foi formado um “conselho coordenador” para a transição de poder pela oposição, cuja primeira reunião terá lugar esta terça-feira, segundo a opositora Maria Kolesnikova.

Desde a eleição de 9 de agosto, a pressão aumentou sobre o Presidente reeleito Alexander Lukashenko, no poder desde 1994 na Bielorrússia.

A sua principal rival na corrida presidencial, Svetlana Tikhanovskaya, a quem foram atribuídos 10% dos votos, denunciou a eleição como fraudulenta e exigiu a recontagem dos votos.

Declarado vencedor com 80% dos votos, Lukashenko enfrenta protestos diários e um movimento de greve que afeta cada vez mais setores vitais para a economia do país.

Lukashenko rejeitou repetidamente a ideia de uma saída, garantindo novamente na segunda-feira que nunca entregaria o poder “sob pressão”.

Milhares de pessoas têm-se manifestado por todo o país, apesar da repressão violenta pela polícia, que nos primeiros quatro dias de protestos deteve quase 7.000 pessoas e feriu centenas com balas de borracha, granadas de atordoamento e bastões.

Pelo menos dois manifestantes morreram.