A Juventude Popular, estrutura que representa os jovens do CDS-PP, criticou esta quarta-feira a estratégia do Governo socialista para o novo ano letivo, acusando o executivo de abandonar toda a comunidade escolar “à sua boa sorte”.

Num comunicado enviado às redações, a Juventude Popular (JP) aponta o dedo à “falta de capacidade” do Governo na preparação do ano letivo que se inicia na próxima semana, lembrando os avisos que fez em julho sobre a matéria.

Assembleia da República e Governo tiraram férias, esquecendo-se do momento extraordinário em que vivemos. Devido à crise de saúde pública, requer do Governo mais organização e agilidade na orientação e coordenação coerente entre as diversas estruturas governamentais e as comunidades educativas. É inaceitável que a DGS, por incompetência e inoperância, fosse um veículo bloqueador e de incerteza na preparação do ano letivo, colocando em causa planeamentos de Universidades, Politécnicos e Escolas”, alegou o Presidente da JP, Francisco Mota, citado em comunicado.

Francisco Mota acusou ainda o ministério da Educação de “empurrar o problema com a barriga” ao não antecipar problemas que possam surgir no decorrer do próximo ano letivo, acrescentando que o Governo socialista “abandonou professores, auxiliares e toda a comunidade educativa à sua boa sorte”.

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Lembrando algumas das medidas apresentadas em julho, para a JP teria sido fundamental a implementação de um plano de reformas antecipadas sem penalizações para todos os profissionais de educação, para que “todos aqueles que têm idades iguais ou superiores a 60 anos, ou anos de serviço suficientes” pudessem “resguardar-se em ambiente seguro”, sendo substituídos por outros profissionais “mais novos e mais resistentes ao nível imunitário”.

Ainda sobre esta matéria, a JP lamentou que não tenham sido pensadas outras soluções, como o teletrabalho, para profissionais de grupos de risco.

Para esta estrutura, no caso de alunos de risco ou de surtos, “a igualdade no ensino não pode ser quebrada”, propondo assim uma linha de apoio financeiro às escolas para a aquisição de equipamentos informáticos que permita a digitalização e transmissão de conteúdos através das salas de aula e ainda a “modernização e digitalização de todos os processos burocráticos da gestão escolar”.

Por fim, para os jovens democratas-cristãos, teria sido “fundamental que, em articulação com as autarquias, tivesse sido disponibilizado uma linha de apoio financeiro para os municípios que permitisse o apoio ao transporte dos alunos, num modelo de segurança de saúde pública”.

O próximo ano letivo tem início entre os dias 14 e 17 de setembro.