Um incêndio que lavra há semanas no norte da Califórnia tornou-se no mais mortífero deste ano naquele estado norte-americano, depois de as autoridades anunciarem mais sete mortes, elevando para dez o total nos últimos dias.

O gabinete do xerife de Butte encontrou mais sete corpos na quinta-feira, um dia depois de os fogos terem feito três vítimas mortais naquele condado californiano. As autoridades receiam que o número de mortos venha a aumentar, numa altura em que há pelo menos 16 pessoas desaparecidas e em que as equipas de socorros lutam para conseguir chegar às áreas devastadas pelo fogo.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, falou na quinta-feira com o governador daquele estado, Gavin Newsom, para expressar “condolências pela perda de vidas e reiterar o total apoio da administração para ajudar os que se encontram na linha da frente dos incêndios”, segundo o porta-voz da Casa Branca, Judd Deere.

Perto de 4.000 casas e edifícios já arderam em todo o estado, num incêndio que está ativo há semanas.

Os bombeiros tentam agora impedir o avanço das chamas em direção à cidade de Paraíso, onde há dois anos o incêndio mais mortífero na história daquele estado fez 85 mortos e destruiu 19 mil casas e edifícios.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foram emitidos alertas ou ordens de evacuação em três condados californianos, afetando cerca de 20 mil pessoas.

Na Califórnia, mais de duas dezenas de incêndios lavram com intensidade e o fogo já consumiu este ano mais de 10 mil quilómetros quadrados, um recorde desde que há registo, a partir de 1887.

Os incêndios continuam a devastar a costa oeste dos Estados Unidos, forçando milhares a fugir e destruindo centenas de habitações.

Cerca de 14 mil bombeiros continuam a combater as chamas de 29 grandes incêndios florestais, do estado de Washington, que faz fronteira com o Canadá, até San Diego, no sul da Califórnia.

Incêndios obrigam a retirar 500 mil pessoas no estado norte-americano do Oregon

Além dos dez mortos no condado californiano de Butte, outras três pessoas morreram na quarta-feira no estado do Oregon, incluindo uma criança de 12 anos. No estado de Washington, um bebé de um ano morreu na quarta-feira.

O Oregon está a enfrentar incêndios “sem precedentes” na sua história, segundo a governadora, Kate Brown, que previa, na quarta-feira, “numerosas perdas, em termos de edifícios e vidas humanas”.

No estado de Washington, mais de 200 mil hectares foram queimados, segundo o governador, Jay Inslee, que denunciou na quarta-feira as consequências catastróficas das alterações climáticas.

Vários estudos nos últimos anos têm ligado os cada vez maiores incêndios florestais nos EUA com o aquecimento global provocado pela queima de carvão, petróleo e gás.

Meio milhão de pessoas receberam ordens para deixar as suas casas no estado do Oregon, devastado pelos incêndios sem precedentes que lavram na costa oeste dos Estados Unidos, informaram na quinta-feira as autoridades locais.

“Cerca de 500 mil residentes do Oregon foram retirados e esse número continua a crescer”, informaram na quinta-feira as autoridades, em comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Os fogos florestais estendem-se por 365 mil hectares, “um recorde” no Oregon, segundo a nota. Os bombeiros combatem 37 incêndios em simultâneo naquele estado, de acordo com o Gabinete de Gestão de Emergência do Oregon. O número de pessoas forçadas a deixar as suas casas representa mais de 10% dos cerca de 4,2 milhões de habitantes naquele estado. Um incêndio na localidade de Molalla, no condado de Clackamas, cerca de 50 quilómetros a sul de Portland, levou a polícia a percorrer as ruas com um altifalante, gritando “Evacuar agora”. A medida forçou 9.000 pessoas a deixar as suas casas naquela localidade.

Uma prisão para mulheres nos arredores de Portland foi evacuada “por precaução”, informou o departamento correcional do Oregon, citado pela agência Associated Press (AP), com as detidas a serem transferidas para outras instalações. O Oregon está a enfrentar incêndios “sem precedentes” na sua história, segundo a governadora daquele estado, Kate Brown, que previa, já na quarta-feira, “numerosas perdas, em termos de edifícios e vidas humanas”.