O governador do estado brasileiro de São Paulo, João Dória, anunciou que cinco milhões de doses da vacina Coronavac contra a Covid-19, que está a ser desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, chegarão ao país até outubro próximo.

“Ainda no mês de outubro receberemos as primeiras cinco milhões de doses da Coronavac. Até dezembro, já teremos 46 milhões de doses da vacina em São Paulo. Importante ressaltar que o acordo com a Sinovac inclui a transferência de tecnologia para São Paulo, sendo assim, também produziremos a vacina no Instituto Butantan”, escreveu João Dória em suas contas nas redes sociais.

“Uma grande conquista para o Brasil. Os testes continuam com os médicos e enfermeiros voluntários em seis estados e, em breve, se tudo correr como planeado, poderemos imunizar milhões de brasileiros”, acrescentou. O governador paulista citou os testes da vacina, que ocorrem no Brasil desde julho passado dentro de uma parceria firmada pela empresa chinesa com o Instituto Butantan, organização científica de referência ligada ao estado e que anualmente já produz milhares de doses de outras vacinas aplicadas no país e no exterior.

A parceria do Instituto Butantan com a Sinovac inclui a compra de 60 milhões de doses do imunizante contra o novo coroanvírus, ainda em fase de testes, que ainda depende da apresentação de resultados que comprovem sua eficácia e uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador, antes de ser distribuído e aplicado no Brasil. O governo de São Paulo também discute uma parceria com o Ministério da Saúde para aplicar a compra das doses da Coronavac e aumentar a capacidade de fabricação da vacina.

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Se a eficácia da Coronavac for comprovada ela também deverá ser fabricada no Brasil, mas neste caso será preciso esperar a conclusão de obras de expansão e adequação de uma fábrica do Instituto Butantan cujo prazo, segundo informações confirmadas à Lusa pela assessoria de comunicação do governo regional de São Paulo, é 2022.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,5 milhões de casos e 136.895 óbitos), depois dos Estados Unidos. A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 961.531 mortos e mais de 31,1 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.