A obra “Eliete – A vida normal” chega esta quinta-feira às livrarias francesas, com a autora Dulce Maria Cardoso a mostrar-se satisfeita por ter encontrado “uma casa” na editora Chandeigne, editora francesa que publica livros de autores lusófonos.

“Tenho três livros publicados em França, mas cada um está numa editora, como se nunca tivesse encontrado uma casa. E espero que a “Eliete”, pois estou muito contente com a Chandeigne, signifique que encontrei a pessoa certa para traduzir o que escrevo e a editora para publicar”, disse a autora, em declarações à agência Lusa.

Do lado da editora, é uma aposta na divulgação da literatura contemporânea portuguesa em França: “Eu tinha lido a ‘Eliete’ e gostei muito, quando vi que ainda estava disponível, fizemos uma proposta e assim fomos. E, por enquanto, a nomeação para o prémio Femina é uma coisa que ajuda para a visibilidade do livro”, indicou a diretora da Chandeigne, Anne Lima.

A edição francesa de “Eliete — A vida normal” já deu “uma alegria” à escritora portuguesa ao ter sido nomeada na semana passada para o prémio Femina como um dos 15 romances estrangeiros integrados na primeira lista de candidatos divulgada pela organização. O premio Femina foi criado em 1904 por 22 colaboradores da revista feminina La Vie Heureuse e teve sempre um júri composto exclusivamente por mulheres, em protesto contra o júri do Prémio Goncourt, formado apenas por homens.

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A expectativa da autora é que agora que o livro “chegue ao maior número de leitores possível” em França e que seja “tão bem recebido como aqui em Portugal”.

“Se um livro agradar a um francês, a um português, a um italiano ou um sérvio, quer dizer que está a tocar numa universalidade dos sentidos. E eu espero que a Eliete, que saiu agora em Itália, em Espanha e sairá em França faça o percurso de outros livros meus e vá tocando nesta essencialidade do sentir humano”, indicou a autora.

De forma a promover a versão francesa da obra, Dulce Maria Cardoso vai estar em Paris no início de outubro, na biblioteca de Estudos Hispânicos da Sorbonne, e também vai passar por Bordéus e Lyon.

“Eliete – A vida normal” foi editado em Portugal em 2018 pela Tinta-da-China e centra-se numa mulher de meia idade, caracterizada pela mediania em tudo, casada e mãe de duas filhas, agente imobiliária, que se sente insatisfeita com a vida e com o casamento.